Carlos Cardoso 7 anos atrás
Milhares de anos atrás um amigo meu voltou da Disney com um brinquedo e tanto: um kit de plastimodelismo da USS Enterprise, NCC-1701A. Por semanas ele enrolou para começar a montar, aí descobrimos numa sexta pela manhã que no Além da Imaginação, uma loja nerd em Nycteroy haveria um encontro de fãs de Jornada nas Estrelas.
Seria no sábado. Decidimos montar a nave. Eu sugeri montar um circuito de LEDs para simular as luzes de navegação. Corremos para a locadora, pegamos Star Trek I, II e III (os únicos disponíveis) e começamos a anotar os padrões de cores e frequência das luzes da Enterprise.
Não existiam. Não havia consistência. Algumas vezes as luzes piscavam em ordem diferente no mesmo filme. O jeito foi jogar tudo pro alto, correr pra casa e montar os piscas do meu jeito mesmo.
Essa inconsistência, descobri bem depois não era restrita a luzes. Quando um roteirista ligou para Rick Sternbach, um dos designers chefes de Star Trek e perguntou qual o tamanho da Enterprise E em Primeiro Contato Rick não fazia a menor idéia. Hoje as fontes oficiais variam entre 680 m e 700 m de comprimento.
Em uma planta Rick desenhou a Enterprise E tendo 10 andares (tecnicamente tombadilhos). Aí em Primeiro Contato Picard diz que ela tem 26 e em Nemesis falam em 29.
Agora Justin Lin, diretor de Star Trek Beyond, o novo filme da franquia que estréia nos EUA dia 22 e no Brasil só em setembro because fuck you comentou que se surpreendeu ao descobrir que até hoje não existe uma planta oficial da Enterprise NCC-1701A.
As críticas estão divididas, mas como estragar Jornada nas Estrelas colocando mulheres e minorias no elenco não é uma opção, tenho esperanças de que o filme vai ser divertido. Sou um eterno otimista em relação a ST. O JJ nunca foi trekker e com seu Star Trek de 2009 conseguiu ressuscitar a franquia, que já teve seu quarto filme aprovado.
Pensando bem quem está com a razão é, como sempre, William Shatner. Eu deveria escutar mais seu conselho:
Ah sim: quanto ao evento, nós viramos a noite, descobrimos a técnica de pintar modelos com Colorjet, fomos para Niterói com a nave secando ainda, com ajuda do quebravento do Fusca e fez o maior sucesso entre os trekkers, até um maquetista da Globo chegar com uma Ave de Rapina Klingon pintada com danos de batalha e iluminação de fibra óptica.
Fonte: Cinema Blend.