Carlos Cardoso 7 anos atrás
Bem antes de Douglas Quaid muita gente já pensou seriamente em arrastar seu traseiro gordo pra Marte, mas sempre caímos no problema essencial: é caro. MUITO caro, e economicamente não faz sentido. Não há petróleo em Marte (provavelmente) e mesmo que houvesse um veio de ouro puro do tamanho do Himalaia, sairia mais caro ir buscar do que explorar minas terrestres.
O racional para explorar Marte é algo que não se encaixa no balancete da maioria das empresas: a preservação da raça humana. Só que alguém tem que pagar a conta e os bolsos do Musk nem de longe são tão fundos. Como bancar uma empresa que é maior que todas as concorrentes mas rende bem menos por investir uma grana considerável em pesquisa?
O que Musk fez foi digno dos grandes empresários: identificou um mercado inexplorado e ofereceu um produto. No caso ele percebeu que há UM filão interessado em Marte: cientistas, um grupo notoriamente pobre, e que precisam desenvolver foguetes e sistemas de pouso e redes de comunicação, sobrando pouca grana pra ciência.
A SpaceX terá uma linha de transporte Terra-Marte-Terra, aproveitando a janela favorável a cada 26 meses.
A Red Dragon será capaz de pousar em Marte cargas 10× mais pesadas que os sistemas atuais, os lançamentos frequentes utilizarão o Falcon Heavy, produzido em serie e com reaproveitamento dos primeiros estágios.
Eventualmente Musk pretende construir a Mars Colonial Transporter, uma nave que fará a rota Terra-Marte, e provavelmente utilizará uma trajetória de retorno livre, uma órbita que, em condições ideais permite que você decole da Terra, vá até Marte, passe por ele e volte pra Terra com pouco ou nenhum uso de combustível pra manobra de retorno. A MCT poderia deixar uma ou mais Dragons com a carga, ou liberar satélites isolados, que então fariam uma manobra de correção para entrar em órbita, enquanto a nave-mãe voltava para casa.
Normalmente em um período de 15 anos há umas 6 oportunidades de órbitas assim.
A quantidade de ciência feita em Marte irá aumentar muito com a queda de preço, enquanto Musk ganha a experiência necessária para qualificar sua nave para vôo tripulado.
O cronograma é insano, digno da Corrida Espacial:
2018 — primeiro lançamento para Marte;
2022 — lançamento da Mars Colonial Transporter;
2024 — lançamento da primeira missão tripulada a Marte.
Descobrir a América foi um feito, mas o que tornou o continente viável foi o fluxo de navios comerciais levando e trazendo colonos e riquezas. A NASA quer chegar em Marte, Musk quer tornar isso rotina.
Fonte: The Next Web.