Carlos Cardoso 7 anos atrás
Fora o marketing não há nenhuma viabilidade prática nessa coisa de entrega por drones. Imagine a cada entrega você arriscar US$ 20 mil em equipamento, mais o risco de acidentes, enquanto um sujeito numa bicicleta faz o mesmo trabalho. Mesmo assim, da mesma forma que os netbooks fracassaram mas geraram toda uma geração de ultrabooks, os drones da Amazon deram idéia de algo muito mais útil.
Só que a empresa aqui é outra. É a UPS, que está investindo US$ 800 mil em uma ONG que distribui vacinas no 3º Mundo e a Zipline, uma empresa que produz drones. Em agosto eles vão começar a entregar vacinas via drones em Ruanda, onde esse tipo de entrega faz sentido.
Delivery Shotfrom OlgaK
Com 75% das estradas do país sendo de terra, com enchentes destruindo a (pouca) infraestrutura, vacinas e principalmente sangue não chegam a tempo nos (poucos) centros médicos ruandenses. Os drones, que começam a funcionar em agosto são 20× mais rápidos que um sujeito de bicicleta, a forma normal de envio de material, e o custo de embalagem e pára-quedas é mínimo, US$ 0,50 por lançamento.
As rotas e locais de lançamento são plotados via GPS, e os aparelhos voam de forma totalmente autônoma, não precisando de linha de visada ou pilotos remotos. Isso também barateia o projeto, permitindo que atinjam a meta de 150 entregas de sangue e derivados por dia, num raio de 30 minutos da base, o que cobre a maior parte do país.
Os 11 milhões de habitantes do país de 26 mil km² serão imensamente beneficiados, até porque com uma renda per capita de US$ 768,00 dificilmente sobra grana pra pagar o adicional do Helicóptero da AMIL.
Caso o projeto dê certo, será expandido para outros países. O que é ótimo para todo mundo: até os drones, que terão sua reputação melhorada, depois de tanta coisa feia feita por seus irmãos malvadões.
E não se esqueça:
Fonte: Reuters.