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Windows Phone, o Opera dos smartphones, estaria perto do fim?

Microsoft vendeu apenas 4,5 milhões de aparelhos Lumia no último trimestre de 2015. Isso representou apenas 1,1% do mercado mundial de smartphones. Seria o fim da linha?

8 anos atrás

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Hipsters, Hipsters everywhere! (crédito: Move That Jukebox)

Confesso: talvez eu seja o diferentão. Isso explica porque prefiro o teclado belga ao francês. E isso também deve explicar parte da minha simpatia com o Windows Phone. A outra parte justifico com a saudade da velha Nokia.

Infelizmente, por uma série de infelizes coincidências, acabei indo em outra direção. Em certas noites de solidão tecnológica, por escolher apenas um determinado lado, fico a imaginar como estaria se eu tivesse escolhido um Lumia como smartphone principal.

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Arrogância: fãs do Windows celebram funeral do iPhone… cedo demais (crédito: The Verge)

Dependendo do ano em que comprasse o topo de linha, especialmente entre o final de 2012 e o começo de 2014, estaria feliz: boa parte dos apps que uso no meu atual iPhone 6S tem versão Windows Phone. Só que alguns desses apps estão desatualizados, notadamente o Instagram. Segundo problema: dependo de ferramentas do Google e este não disponibiliza tantos aplicativos quanto no iOS. E estamos a falar apenas do software.

O tio Laguna considera o Windows Phone melhor otimizado que o Android, especialmente no mercado de entrada, mas o custo benefício do hardware não colabora. Se por um lado os aparelhos topo de linha da Microsoft não têm sido tão topo assim comparados aos concorrentes, por outro o vantajoso segmento low-end de Redmond parece uma bagunça que nem os Androids baratos da Samsung: um bocado de modelos a escolher, mas com poucas diferenças técnicas entre eles e preços muito próximos. Que o diga os Lumia 435, 532, 535 e 640.

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Onde quero chegar?

A Microsoft vendeu apenas 4,5 milhões de Lumias no último trimestre de 2015 (Q2 FY 2016), pelo mundo. Isso representou 1,1% do mercado mundial de smartphones (foram vendidos 400 milhões de unidades de todos os sistemas operacionais em tal trimestre). Em relação ao mesmo período de 2014, onde vendeu respeitáveis 10 milhões de unidades, a queda na receita da Microsoft referente apenas ao mercado de Windows Phones foi de 49%.

Segundo a empresa, a nova estratégia é lançar no máximo seis novos aparelhos por ano, enxugando a linha Windows Phone. Como os smartphones em si dão prejuízo, é algo sensato a ser feito.

Por mais fã que eu fosse da Nokia e/ou do Windows Phone, estamos no quinto quase sexto ano do sistema (conto desde o WP7) e ele não fez nem cócegas na concorrência contra o Android e iOS. A drástica transição do WP7 para o WP8 matou a confiança dos consumidores e mesmo hoje temos mais consoles Xbox One rodando Windows 10 que smartphones: até agora, somente vemos o Windows 10 Mobile nos Lumia 950.

Por mais vanguardista e pioneiro que o Windows Phone 7 tenha sido ante o iOS e o Android lá em 2010, por melhor que tenha sido o esforço de Redmond em popularizar seu sistema, talvez seja a hora de reconhecer que o “Ano do Windows Phone” será o mesmo “‘Ano do Linux’ no desktop”.

Uma Nova Esperança — o “Surface Phone”

Talvez a Microsoft esteja preparando um Surface Phone. Um smartphone que possa usar o Windows 10 Full seria um caminho bem interessante: ao ligarmos o aparelho no dock USB-C, temos um desktop com Aplicativos Universais e até outros programas de legado.

Tecnicamente é possível um computador de bolso com processador Intel e tudo. O grande problema do Windows RT foi esse: tentar emular o desktop num tablet ARM sem apps legados.

Enquanto usado como smartphone, um Surface Phone apenas rodaria a interface mobile dos apps universais. No Display Dock, um Surface Phone seria quase tão desktop quanto o irmão maior em vez de ser apenas um tablet com teclado. Eu compraria algo assim, se a cotação do dólar colaborasse.

Fontes: Engadget e The Verge.

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