Carlos Cardoso 7 anos atrás
É comum repetir-se a frase que Charles DeGaulle nunca disse, que o Brasil não é um país sério. Eu discordo, o que mais o Brasil é, é sério, no sentido que repetimos diariamente “sério, Brasil?”
O exemplo facepalm do dia vem nesta reportagem especialmente mal-feita da Folha de São Paulo. A matéria fala que a Prefeitura de Campinas está testando algo revolucionário: ônibus elétricos. Você sabe, igual a esta tecnologia de ficção científica:
Ou esta:
Propulsão elétrica não é novidade nenhuma, e é uma excelente opção para transporte coletivo urbano, por ser silencioso e não-poluente. A alternativa que Campinas está testando em essência é um ônibus 100% elétrico (em teoria), mas como isto é Brasil, você sabe que nada é simples.
A Folha, demonstrando seu total desconhecimento das Leis da Física, na reportagem há pérolas como:
“São elas [as baterias] que fornecem força para o sistema de tração. Não há motor.”
Isso mesmo, segundo a Folha o ônibus não tem motor. Isso explicaria as reclamações dos passageiros, que dizem ser o tal coletivo mais lento, menos ágil que os convencionais.
Não acredite, #FolhaMente, o ônibus tem motor sim, uma incrível e sensacional tecnologia, que vai além dos mais desvairados sonhos dos jornalistas: um MOTOR ELÉTRICO.
Com autonomia de 250 km e toneladas de bateria, sobra menos espaço para passageiros, e como aqui povo é tratado como gado, claro que não há ar-condicionado, mas essa nem é a cereja do bolo.
Todo o papo de emissão zero, ecologia, salve as foquinhas? Pois bem. Alguns anos atrás os retardados do Top Gear resolveram construir um carro elétrico, que ficou com autonomia muito pequena. A solução? Enfiaram um gerador na traseira, espetaram uma chaminé e sem querer criaram um híbrido.
Os ônibus elétricos de Campinas vão quase pelo mesmo caminho. O projeto ecologicamente correto?
“Hoje, as baterias são recarregadas pela energia de um gerador a diesel.”
Isso mesmo. Os caras gastaram uma baba comprando ônibus elétricos da China, vendem o peixe de ecologicamente correto e carregam as desgraças… com um gerador a diesel.
O Top Gear tem como slogan “Ambicioso, mas lixo”. O Brasil, nem isso.