Carlos Cardoso 7 anos atrás
O Brasil é um país que odeia ciência: cientistas só aparecem na TV como coadjuvantes de matérias com videntes e pais de santo.
Somos piada internacional por causa de nosso calote na Estação Espacial Internacional, a verba aprovada para o telescópio ESO ainda não saiu e agora fomos alvos de um editorial da Nature, por causa da histeria ridícula e desconhecimento científico que envolve a tal fosfoetanolamina. Senadores fazem discursos dizendo que o amigo do primo de não sei quem se curou e o Alckmin diz que vai pedir à ANVISA que libere o medicamento não-testado.
Nas escolas, seguindo a tradição de um país cujo Ministro de Ciência Tecnologia e Inovação criou uma Lei proibindo Inovação, tudo que fuja da cartilha Paulo Freire pobrinhos oprimidos é errado. Há casos onde projetos de foguetes com garrafa PET (você sabe, aqueles de ar comprimido) são cancelados pois as criancinhas tadinhas podem se machucar.
Felizmente há a ocasional vela iluminando essa escuridão. E dessa vez ela vem do Grupo de Foguetes Carl Sagan, fundado em 2005 pelo Professor Carlos Marchi, da UFPR.
Eles realizam anualmente um concurso de foguetes para amadores, com uma taxa de sucesso bem maior que a Agência Espacial Brasileira, um evento agregado à cadeira de Projeto e Lançamento de Espaçomodelos, ministrada pelo Professor Marchi.
O Festival envolve palestras, apresentações, cursos e uma competição com 13 categorias diferentes, com foguetes de tamanhos e capacidades variadas. Nos EUA isso é comum, a NASA patrocina e incentiva competições desse tipo em escolas, empresas como a ULA também, pois sabem que essas crianças e jovens é que estarão nas salas de controle, em algumas décadas.
Aqui, bem, ao menos os portais ajudam, ou pelo menos o MeioBit.
O Festival será de 21 a 24 de abril de 2016 em Curitiba, com inscrição para participantes e espectadores.
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Para mais informações pegue seu DeLorean e visite o site oficial do grupo, que por alguma fissura no continuum espaço-tempo ficou preso em 1996.