Máquina de lavar a pedal — e faz muito sentido

O bem mais precioso, o principal recurso não-renovável que uma pessoa possui é tempo. Sem ele você não resolve seus problemas, não melhora sua situação, você apenas sobrevive.

Boa parte da desigualdade entre homens e mulheres no mundo vem da falta de tempo. Quando você tem uma penca de crianças pra cuidar, fica complicado fazer uma faculdade, ler um livro ou frequentar um curso de alfabetização. 

Hoje temos 5 bilhões de pessoas no mundo, a maioria mulheres que ainda lavam roupas como nos tempos neolíticos, pegando água em rios, e esfregando na mão. A primeira máquina de lavar elétrica só foi aparecer em 1937, e mudou a vida de milhões de mulheres. Elas podiam colocar a roupa para lavar e cuidar de outra coisa, otimizando seu tempo.

Hans Rosling, aquele sensacional estatístico sueco conta em uma apresentação no TED como sua avó ficou fascinada com a primeira máquina de lavar da família. Ela passou a vida pegando água no rio, aquecendo numa fogueira e esfregando roupa na mão. Quando a filha mostrou a máquina a velhinha pegou um banco, se sentou e ficou assistindo. A apresentação é excelente, veja:

Só que há um problema: desses 5 bilhões boa parte não tem acesso a eletricidade. Aí que entra o projeto da GiraDora. É uma versão moderna das antigas máquinas de lavar manuais, mas ao invés de alavancas ou roldanas ela usa um pedal.

Além de lavar a GiraDora também seca, o que agiliza muito o trabalho. Com uma dessas é possível até lavar roupa pra fora, fonte de renda de muitas mulheres pobres.

A um custo de US$ 40,00 por unidade, a máquina está sendo testada em uma favela no Peru, e os resultados são bem promissores. É o tipo de iniciativa que ajuda a quebrar o ciclo da pobreza, tanto diretamente, gerando renda, como indiretamente dando ás mulheres mais tempo para si mesmas e para a família.

Claro, há quem prefira salvar o mundo com aula de artesanato em garrafa PET e aula de música com lata de tinta.

Fonte: Digital Trends.