Emanuel Laguna 7 anos e meio atrás
Na Alemanha está sendo realizado a Gamescom 2015, feira de jogos eletrônicos com diversas conferências das desenvolvedoras de software e tudo mais. Por lá, empresas como Microsoft, Sony, Square Enix e Electronic Arts fizeram vários anúncios que basicamente só interessam aos gamers.
Para aqueles que não têm muito tempo para jogos e usam o desktop para trabalhar com edição de vídeo, programas CAD e outras tarefas tão exigentes quanto jogos com gráficos cada vez mais foto-realistas, o anúncio da Integrated Electronics (Intel) veio em boa hora. Ou não, graças à alta do dólar.
Trata-se do lançamento oficial dos novos processadores Core iN 6000, acompanhando o lançamento do Windows 10. Isso mesmo, a sexta geração dos Intel Core (Skylake) já está entre nós. Se nós estivéssemos na civilização.
Agenda da sexta geração dos Core (crédito: Ars Technica)
Hoje (05/08), a Intel aproveitou a Gamescom 2015 para retornar ao cronograma original dos 14 nm e lançou na feira de games os processadores centrais (estão mais para SoC 64 bits com legado x86 mas divago) topo de linha Core i7 6700K e Core i5 6600K, ambos com suporte ao novo chipset Intel Z170 (LGA 1151).
Estamos a falar da parte Tock da estratégia “Tick-Tock” da Integrated Electronics, onde temos uma nova microarquitetura (Skylake) sendo lançada com um processo de litografia já amadurecido, utilizado na geração imediatamente anterior. E bote imediatamente nisso.
Logo antes da E3 2015, em junho passado, a Intel finalmente conseguiu lançar os processadores Broadwell. Um atraso fenomenal graças ao (até então) baixo rendimento no processo de litografia em 14 nanômetros. Como os processadores Broadwell representaram o Tick, ou seja, apresentam poucas melhorias em relação à microarquitetura anterior (Haswell), a empresa preferiu lançar apenas poucos modelos ao consumidor por conta do atraso: foram apenas cinco para desktop e cinco outros processadores Broadwell para desktops (no caso, soquete LGA 1150).
Voltando aos processadores Skylake, uma das principais diferenças da sexta geração dos Core com a anterior (5ª é a Broadwell), e que vai justificar o upgrade de todo o hardware, é o suporte às memórias DDR4 (1,2 V). Os novos Core i7 6700K (que possui 8 MB de cache L3) e Core i5 6600K (6 MB L3) serão compatíveis apenas com módulos até DDR3L-1600 ou DDR4-2133.
O atual topo de linha da Intel para usuários domésticos que sejam overclockers (crédito: Ars Technica)
Na prática, isso quer dizer que as fabricantes de placas-mãe para desktops utilizarão módulos DDR4 com até 2.133 MHz e ponto final. Talvez haja versões mini-ITX das placas-mãe LGA 1151 com suporte a módulos de memória DDR3L para notebook, mas os dois processadores lançados hoje servem mais para quem faz overclock.
Outra diferença é que as placas-mãe terão apenas o suporte ao PCI Express 3.0, inclusive para soluções de armazenamento em SSD. Calma, o chipset Intel Z170 provê conexões SATA-600 para HDs comuns e tudo mais, mas, salvo engano do tio Laguna, esta é a primeira que o chipset também oferecerá linhas PCI-e 3.0.
Lembrando que para placas de vídeo adicionais, já havia conexão PCI-e 3.0 diretamente com o processador, mas nunca o chipset e o processador utilizavam o mesmo padrão, sempre o do chipset (o clássico southbridge aqui, pois o northbridge está no SoC) era um mais antigo/lento. O chipset Intel Z170 comunica-se com o processador Core iN 6000 através do novo Direct Media Interface — DMI 3.0, que a empresa alega conseguir 8 GT/s.
Fluxograma do chipset Intel Z170 (crédito: Ars Technica)
Com relação à minha parte preferida, a GPU, os novos processadores centrais Skylake virão com o Intel HD Graphics 530 bem integrado. Parece ser melhor que a GPU Iris Pro 6200 dos Broadwell, mas não se enganem: comprem uma placa de vídeo mais recente da AMD ou da nVidia mesmo. Esse Intel HD Graphics 530, mesmo a 1.150 MHz, é somente um bom quebra galho pra quem jogará games recentes em 720p. Não digam que não avisei.
O Core i7 6700K roda à freqüência de 4,0 GHz; enquanto o Core i5 6600K tem o clock padrão de 3,5 GHz. Na prática, são dois processadores voltados ao overclock e caso tenham sistema de arrefecimento adequado, podem chegar a clocks bem maiores. Mesmo precisando de um upgrade completo de placa-mãe e memória RAM, sistemas de resfriamento (coolers, heatsinks e tudo mais) utilizados em soquetes LGA 115x mais antigos ainda são compatíveis desde que suportem o TDP de 91 W.
Embora tenham sido lançados hoje dois dos Core iN 6000, o restante da família Skylake só chegará ao mercado no final do presente trimestre. No caso, esses novos processadores têm um preço sugerido de 350 dólares (Core i7 6700K) e US$ 243 (Core i5 6600K). Ambos fisicamente são quad-core, mas somente o mais caro consegue fazer Hyper-Threading e simular oito núcleos lógicos.
Fontes: Anand Tech e The Verge.