Ronaldo Gogoni 8 anos atrás
O Facebook vem passando por alguns problemas no velho mundo com a União Europeia (assim como o Google), basicamente no que diz respeito ao tratamento dado a seus usuários e a privacidade dos dados. Só que existem os mais durões que a maioria, e esses são os alemães. Em geral um povo muito regrado e eficiente no cumprimento de leis de regras, às vezes passando um pouco do limite e gerando boas histórias.
Lá o pessoal encasquetou com uma política um tanto chata da rede social, a de proibir o uso de apelidos (o que gerou problemas sérios com a comunidade LGBT). Assim sendo a justiça de lá decidiu que o Feice não pode proibir os usuários de utilizarem nomes e avatares fake.
A autoridade de Proteção de Dados de Hamburgo é o órgão responsável por policiar o Facebook no país, e ele não gostou nem um pouco da rede social passar a exigir que seus usuários passem a utilizar o nome real e uma foto onde possam ser facilmente identificados. A decisão saiu depois que uma cidadã entrou com uma reclamação ao ser impedida de usar um pseudônimo, teve a conta bloqueada e foi cobrada identificação através de documentos, e no fim seu nome foi alterado para o real sem autorização.
Embora alegue questões de segurança o real motivo é simples: dinheiro. Quando o usuário utiliza um nome e uma foto fake, fica mais difícil para o Facebook fazer uma coleta adequada de dados e vende-los para terceiros. Ao exigir autenticação com foto, nome real e documentos a rede social entrega tudo de bandeja para seus anunciantes, que poderão exibir anúncios de forma mais eficiente. Os que não se adequassem seriam sumariamente chutados da rede.
A autoridade alemã entendeu que tal procedimento do Facebook fere as leis de privacidade do país, dizendo que o site não pode em hipótese nenhuma exigir identificação se os usuários não estiverem a fim de fornecer os dados. O Google enfrenta uma dor de cabeça por lá bem semelhante.
Após a decisão da corte, o Facebook reafirmou que a questão da identificação através de foto, nome real e documentos é importante “para garantir a segurança a rede”. Só que Johannes Caspar, comissário do órgão de Hamburgo já deixou claro:
O Facebook tem negócios na Alemanha com sede em Hamburgo. Então, se gostam do nosso jogo, terão que seguir as nossas regras.
Não há informações se o Facebook pretende recorrer da decisão.
Fonte: Reuters.