Carlos Cardoso 8 anos atrás
O Dr Matt Taylor está feliz.
A Missão Rosetta levou dez anos para chegar no Cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko. Foi uma órbita que é assustadora até no Kerbal. Eles passaram três vezes na Terra e uma em Marte para pegar impulso gravitacional, visitaram dois asteróides e só entam chegaram no cometa.
Lá lançaram o Philae, um robozinho de 100 kg que deveria se fixar na superfície com arpões, coisa que se tivessem consultado Ismael, saberiam que nunca acaba bem. Não deu certo, o bicho quicou a uma altura de 455 m, pousou a 1 km do ponto planejado, quicou de novo e se alojou entre umas pedras, deixando na sombra a maior parte de seus painéis solares.
Sem ter como recarregar as baterias, o Philae funcionou por 60 horas, mas no final entrou em hibernação, protegendo seus sistemas. A última mensagem, em 14 de novembro foi:
Os cientistas tinham esperança de que agora no final de agosto, com o cometa chegando em seu periélio energia suficiente atingisse os painéis para que ele tivesse como carregar as baterias o suficiente para que elas alimentassem os aquecedores e o computador fora do modo de hibernação.
Nada não, só um cometa vista de menos de 10 km de altitude.
Era uma esperança, sempre válida mas as variáveis desconhecidas eram grandes demais, por isso foi enorme a surpresa quando, no final do último dia 13 a Agência Espacial Européia recebeu um chamado inesperado:
Isso mesmo. Depois de 211 dias, bem antes da mais otimistas das previsões o Philae acordou e animado. Mandou 300 pacotes de dados, em uma comunicação de 85 segundos. Uma análise dos pacotes reporta que o Philae está vivo e bem, com 24 W disponíveis para operações e temperatura interna de confortáveis – 35 ºC.
Agora é reorganizar a agenda de comunicações e baixar os mais de 8.000 pacotes de dados armazenados na memória do bichinho, enquanto ele começa a usar seus 10 instrumentos e chupar muita ciência daquele cometa!