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Phil Schiller: “uma pessoa normal jamais usaria um Google Glass”

Chefe de marketing da Apple não curtiu o Google Glass: e-mails de 2012 revelam que Phil Schiller considerava o óculos inteligente “coisa de maluco”

9 anos atrás

amanda-rosenberg

Veja como são as coisas: embora o Google Glass esteja entrando em uma nova fase e o programa Explorer tenha chegado ao fim, não dá para dizer que ele foi um fracasso até aqui: claro, ainda não tem nenhum app matador mas alguns entusiastas conseguiram desenvolver apps e usos pra lá de interessantes para o wearable (aqui, aqui e aqui, só para citar alguns casos).

Só que lá no início muita gente não botava fé, pois além de ser caro era um gadget esquisito. E um dos detratores nem é uma surpresa, já que se trata do SVP de marketing da Apple Phil Schiller.

O executivo da maçã é notório por ser algo que não é muito comum a outros profissionais de seu gabarito: ele é um evangelista e fanboy exacerbado de Cupertino, a ponto de ter tomado algumas atitudes curiosas. Quando o Instagram era a menina dos olhos da Apple ele era só elogios para o app, mas bastou ele desembarcar no Android para Schiller não só deletá-lo de seu iPhone, como também deixar claro que ele não queria se misturar com a gentalha.

O caso de Tony Fadell foi parecido. Quando o pai do iPod e criador do Nest foi contratado por Mountain View (detalhe: hoje ele é o chefe do projeto Google Glass) Schiller deletou o ex-amigo de sua lista de pessoas que seguia, e lembremos que ambos trabalharam juntos no desenvolvimento do primeiro iPad.

Por isso não é surpresa que ele tenha desdenhado do Google Glass quando as primeiras informações sobre o gadget começaram a aparecer. Numa troca de e-mails com o jornalista Abdel Ibrahim realizada em 2012, Schiller fez pouco caso do gadget o comparando a projetos falhos do passado, que trocavam as lentes por telas em busca de interatividade. Ibrahim então pôs lenha na fogueira, anexando à conversa uma imagem de Steve Martin tirada do filme O Panaca, de 1979, em que o ator aparece usando um ridículo óculos com lentes em forma de borboleta:

steve-martin-the-jerk

Schiller tratou o Glass como uma verdadeira piada, dizendo que “uma pessoa normal (na conta dele, um usuário de iGadgets) jamais usaria um”, sem considerar que os próprios entusiastas encontrariam formas inteligentes e interessantes de utilizar o acessório.

O Google pode ter errado em ter considerado que uma API web seria suficiente para os desenvolvedores, limitando o acesso ao hardware (como o Cardoso bem apontou aqui), mas agora com o desenvolvimento novamente fechado a empresa tem a chance de entregar um produto final melhor acabado e realmente funcional. Quanto à Apple... bem, ela chegou a patentear um smart glass e o Apple Watch vem aí, na esteira dos wearables.

Fonte: BI.

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