Lilly Ann 8 anos atrás
A necessidade é a mãe da invenção, já dizia Platão. Cientistas suecos e chineses mostraram como uma liga única composta por paládio aninhado em nano-ilhas incorporadas em nanopartículas de tungstênio criou um novo tipo de catalisador para redução de oxigênio altamente eficiente, a reação mais importante em células de combustível à hidrogênio. Com a crescente demanda mundial por energia e a necessidade de investir na produção de energia sustentável, grupos de pesquisa em todo o mundo trabalham de forma intensiva para desenvolver novos sistemas avançados de conversão e armazenamento de energia com alta eficiência, baixo custo e compatibilidade ambiental.
Sistemas de células de combustível representam uma alternativa promissora para a produção de energia com baixa emissão de carbono. Células de combustível tradicionais são, porém, limitadas pela necessidade de catalisadores eficientes para conduzir as reações químicas envolvidas no seu funcionamento. Historicamente, a platina e as suas ligas têm sido utilizadas como catalisadores, o anódico e catódico das baterias, mas o custo elevado da platina aliada a sua baixa abundância, motiva pesquisadores para encontrar catalisadores eficientes baseados em metais menos raros.
“Em nosso estudo, descrevemos uma nova liga, com paládio (Pd) e tungstênio (W) com proporção de apenas 1/8, mas que ainda tem eficiência semelhante a um catalisador de platina pura. O custo, seria 40 vezes menor”, diz Thomas Wagberg, professor do Departamento de Física da Universidade de Umeå.
A explicação para a eficiência tão elevada é a morfologia original da liga. Não é nem uma liga homogênea, nem um sistema de duas fases totalmente separados, mas sim algo entre os dois. Através de experimentos avançados, os pesquisadores mostraram que a liga é composta por ilhas metálicas de paládio, incorporadas na liga de paládio/tungstênio. O tamanho das ilhas tem cerca de um nanômetro de diâmetro e são compostas por 10 ~ 20 átomos que são segregadas na superfície. O ambiente único em torno das ilhas de paládio deu origem a efeitos especiais, fazendo com que todos juntos se transformem em catalisadores altamente eficientes para a redução de oxigênio.
Para estabilizar as nanopartículas em aplicações práticas, as ilhas são ordenadas com carbono mesoporoso. O objetivo da ancoragem é manter as nanopartículas estáveis ao longo do tempo, impedindo-os de se fundirem nos testes da células de combustível.
“A formação do material original é baseado num método de síntese, o que pode ser realizado num forno de microondas comum comprado no supermercado local. Se não fosse a utilização de argônio como gás inerte protetor, seria totalmente possível sintetizar este catalisador avançado na minha própria cozinha.” — Thomas Wagberg
Wagberg e seus colegas pesquisadores receberam recentemente o financiamento da Fundação Kempe para comprar um forno microondas mais avançado, para que eles possam conduzir experimentos com o objetivo de refinar algumas das propriedades do catalisador.
Fonte: SD.