j. noronha 9 anos atrás
Em uma época em que a expectativa de vida humana cresce dia a dia, problemas que afetam a memória em idades mais avançadas, como o Mal de Alzheimer e outros não tão graves, tornam-se um problema cada vez mais real e presente.
Duas equipes estão trabalhando em equipamentos que têm por objetivo restaurar a função da memória no cérebro e acabaram de receber um investimento de 37,5 milhões de dólares da DARPA.
As duas equipes vão trabalhar inicialmente com pessoas com epilepsia que receberam implantes para localizar a origem de suas convulsões. Os pesquisadores irão utilizar esses dados para monitorar outras atividades do cérebro, como o que acontece quando o cérebro armazena ou busca por memórias.
Uma das equipes irá tentar mapear esses padrões gravando a atividade cerebral de pacientes de epilepsia com problemas amenos de memória enquanto jogam um game onde devem lembrar de coisas. A diferença dos padrões entre os melhores e piores desempenhos será utilizada para desenvolver um algoritmo que permita um estímulo personalizado para manter o cérebro no melhor nível de desempenho.
A segunda equipe irá criar um pequeno equipamento para ser implantado no cérebro, que irá gravar e analisar a atividade elétrica em tempo real, também aplicando o estímulo. Uma parte específica do córtex entorrinal do cérebro, a área que alimenta o hipocampo com informações, será o alvo.
À princípio a técnica não apresenta efeitos colaterais, mas a equipe está tomando precauções para minimizar o efeito em outras áreas do cérebro, como aquelas que trabalham com menores níveis de estímulo.
Espera-se que o trabalho resulte no tratamento de diferentes tipos de perda de memória, incluindo a causada pelo Mal de Alzheimer. Não é possível, no entanto, tratar memórias que já foram perdidas, apenas melhorar a capacidade de formar e lembrar de novas.
O líder da primeira equipe, Michael Kahana, da Universidade da Pensilvânia, afirma: "temos que ajudar as pessoas com problema de memória antes que elas esqueçam os nomes dos próprios filhos".
Fonte: Wired UK