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O som dos comerciais é mais alto que o dos filmes? Sim e Não

Todo mundo tem certeza de que, de sacanagem as emissoras aumentam o volume dos comerciais. Pois bem, o segredo: não são as emissoras, são as produtoras, e elas NÃO aumentam o volume, mas não quer dizer que não haja uma grande sacanagem por trás. Qual? Clique e descubra.

10 anos atrás

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Desde a televisão foi inventada pelo Boni, em 1978, todo mundo reclama que o som dos comerciais é alto. Tive parentes que tinham reação pavloviana de zerar o volume assim que entravam os anúncios, o que era péssimo, ainda mais quando anunciavam os filmes da semana.

Como uma forma de chamar a atenção, as emissoras começaram a aumentar o volume dos comerciais, até que normas proibiram essa prática, mas mesmo assim ano após ano comerciais são mais e mais altos. Qual o segredo?

Por incrível que pareça essa prática mundial não é ilegal, e não mexe no volume, mas utiliza uma técnica chamada… Dynamic range compression. O funcionamento é extremamente simples e extremamente maquiavélico.

Digamos que você tem um sinal de áudio. Ele tem sons nos mais variados volumes. Música de fundo, efeitos sonoros, som ambiente e o diálogo em primeiro plano.  Aplicando um compressor de áudio todos os sons abaixo de um determinado volume serão amplificados. Assim o cachorro latindo ao fundo ficará mais alto, a música de fundo idem. 

“Ah, mas isso não atrapalha o áudio principal?”

Não, os modelos modernos permitem que você amplifique os sons baixos quando os altos não estiverem sendo executados, a conversa de fundo do bar ficará mais barulhenta mas você ouvirá quando os personagens falarem.

Essa técnica em geral não é usada para filmes e programas jornalísticos, por isso o silêncio dramático é mais… dramático.

O corte para os comerciais é em geral feito em um momento de silêncio, o que só aumenta o efeito, quando o anúncio entra gritando.

A Compressão Dinâmica se tornou padrão inclusive em música. O que chamam de música hoje tem uma escala dinâmica de volume bem menor, é basicamente tudo no talo. Compare só:

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A situação chegou a um ponto em que foi declarada a chamada Loudness War,  com gravadoras masterizando álbuns jogando o Loudness no 11, sacrificando a escala dinâmica e atuchando os sons todos no volume máximo. Imagine Mother, do Pink Floyd, mas tudo gritado.

Em 2010 a European Broacast Union montou uma comissão de 240 profissionais para escrever uma lista de recomendações, onde especificam métodos de medicação de áudio e limites, levando em conta marmotagens como  Dynamic range compression. Infelizmente nos EUA e no Brasil a coisa ainda anda solta, e de qualquer jeito aqui temos uma praga muito maior do que comerciais altos: são os infomerciais, que consomem blocos inteiros apresentando produtos idiotas de forma tediosa e irritante.

Eu ficaria feliz se fossem proibidos comerciais de mais de 2 min de duração E se aproveitando o embalo banissem o OpenEnglish e a Dolly de jamais voltarem a anunciar em qualquer mídia criada pelo Homem.

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