Carlos Cardoso 10 anos atrás
"ops"
Em teoria o hidrogênio é o combustível perfeito. Substância mais abundante no Universo, fácil de produzir, como qualquer criança antigamente sabia (hoje é perigoso demais fazer eletrólise no colégio) e sua queima resulta em… água.
Na prática é um Inferno armazenar hidrogênio. Ele tende a escapar de qualquer tanque, o que nem é o maior problema, problema mesmo é que ele torna os metais quebradiços, então se ele não escapar o tanque vai se esmigalhar de qualquer jeito. E quando explode, sai de baixo. A famosa cena da explosão da usina nuclear de Fukushima foi devido ao acúmulo de hidrogênio.
A produção também não é essa beleza toda, é simples MAS demanda energia pra caramba.
Carros a hidrogênio nunca foram uma alternativa a sério, até que tiveram a idéia de usar células de combustível, que produzem eletricidade, movendo assim motores elétricos. O problema é que são caras, muito caras. O Honda Clarity custava mais de US$ 1 milhão. Muito caro ser verde.
Agora a Toyota diz que resolveu o problema das células de combustível, reduzindo o custo em 95%. Com isso começarão a vender em 2015 um carro, ainda sem nome, movido a hidrogênio.
Ele só será vendido na Califórnia, onde há a maior rede de postos de Hidrogênio no mundo. Nove postos. A vantagem em relação a carros elétricos é que um "tanque" tem autonomia de 480 km e leva 5 min pra ser abastecido. Mas nem tudo são flores. Aliás, quase nada é.
O tal carro tem desempenho que faz um Prius parecer um DB9. 130 HP e 0 a 100 km/h em 10 segundos. Isso é performance de Fiat Palio.
Quando você joga ar-condicionado, direção, transmissão e outros componentes consumidores de energia, acaba com uma carroça.
Não é à toa que Elon Musk disse que carros a hidrogênio são bullshit. E está certo. Você gera eletricidade, converte em hidrogênio, abastece a célula de combustível, converte em eletricidade de novo e então alimenta o motor. Faz mais sentido cortar as etapas do meio e ficar direto na eletricidade.
Senão, você acaba com uma solução muito parecida com o carro elétrico do Top Gear, que tinha um gerador a gasolina pra recarregar as baterias.