Carlos Cardoso 9 anos atrás
Fundada em 2009, a Skybox Imaging não tem nada a ver com aquela empresa que todo mundo usa pra trazer muamba dos EUA. É uma startup criada por um grupo de Stanford, e que passou os primeiros 6 meses de vida tendo como sede a sala de visitas da casa de um dos sócios. A idéia deles era popularizar o acesso a imagens de satélite, indo até onde o fio dental e os drones não chegam.
Como satélites comerciais eram muito caros, começaram a desenvolver tecnologia própria, usando componentes comerciais e anos de experiência em cubesats. Chegaram ao SkySat (o forte deles não é a criatividade em batizar coisas). Um satélite do tamanho de um frigobar, com 100 kg e capacidade de fazer vídeos de 90 segundos, em Full HD, com resolução de 1 metro por pixel.
O uso é imenso. Padrões de trânsito, microclima, monitoração de danos em casos de terremotos ou inundações, inspeções remotas em regiões de conflito… o céu, digo, o chão é o limite.
A Skybox pretende colocar em órbita 28 satélites até 2018. O primeiro já subiu em novembro, e depois de testes e calibragens, começaram a fazer imagens. Agora liberaram o primeiro vídeo em Full HD, filmado do espaço por um satélite comercial. Veja:
No tempo da Guerra Fria russos e americanos matariam por essa capacidade, ou mais provavelmente pagariam bilhões. Por muitos anos o meio de conseguir imagens em alta resolução era lotar um cartucho de filme, encaixar em um veículo de reentrada e capturar ainda no ar quando estivesse voltando pra Terra. O SkySat fornece essas imagens em tempo real, pra qualquer um.
Agora, o melhor de tudo. Ao contrário de certos países que levam anos e anos, gastam US$ 250 milhões e seus satélites explodem ou quebram, a SkyBox faz o dever de casa e não joga dinheiro fora. TODO o investimento da empresa, acumulado, foi de US$ 90 milhões, desde 2009.