Carlos Cardoso 9 anos atrás
Depois do Bitcoin apareceram umas 780.000 criptomoedas alternativas, repetindo o inferno dos cartões de memória e — algumas gerações atrás — dos fabricantes de lâmpadas, onde cada um tinha um modelo de bocal, todos incompatíveis.
Com a última catástrofe do Bitcoin, quando a “moeda” perdeu 50% de seu valor em um dia, e no Reddit chegaram a colocar em destaque o número do serviço de prevenção de suicídios (sério) o pessoal que não entendeu como a coisa (não) funciona correu pras alternativas.
Uma delas, o Dogecoin.
Agora, a parte divertida: um esperto hackeou o site Dogewallet, mudando o endereço de destino de todas as transferências para a carteira virtual anônima DELE. Assim que a notícia da invasão vazou, os usuários correram desesperados para sacar seus fundos, o que só aumentou o “dinheiro” na conta do invasor.
Até agora foram mais de US$ 16 mil. Sim, é merreca, mas se em algum momento esse troço se valorizar artificialmente igual ao Bitcoin, as 21 milhões de Dogecoins roubadas valerão uma boa grana.
Pra piorar o Natal dos fãs do brinquedo, o instadoge.net, outra “carteira” virtual também foi hackeado.
Alguns usuários estão suspeitando de golpe interno, outros estão sem saber o que fazer. Alguns querem saber como dar queixa na polícia, o que não poderia ser mais irônico, na hora em que o bicho aperta, todo o discurso libertário anti-Estado cai por terra. O sistema financeiro é extremamente regulado, e deveria ser até mais, justamente pra evitar esse tipo de coisa.
Quem trabalhou com programação de sistemas bancários (de verdade, não colocando botão de PayPal no blog) sabe a TONELADA de requisitos envolvidos, regulamentos e protocolos. Quem brincar de banco, baixando um script das interwebs, subindo em 5 minutos e achando que agora é só ver o dinheiro entrar? Boa sorte. Depois chora.