Carlos Cardoso 9 anos atrás
Entre as diversas formas de fim do mundo o Apocalipse Robótico tem um lugar especial no coração da maioria dos nerds. Asteróides são muito imprevisíveis, guerras nucleares saíram de moda, zumbis não durariam 5 min contra os morros cariocas ou qualquer cidade no sul dos EUA. Já robôs trazem toda uma carga moral, ao criarmos os robôs à nossa imagem e sermos massacrados por eles.
Por isso todo avanço é visto como um passo a mais para nossa destruição, e isso é bem legal. Pena que é tão ficcional quanto o Apocalipse Zumbi ou o Arrebatamento. Nossos robôs em sua maioria são carinhos de controle remoto metidos à besta. Lidar com o mundo real é complicado. Veja por exemplo o Atlas, o robô mais avançado da Boston Dynamics.
Ele É uma peça de tecnologia incrível, já foi demonstrado andando, correndo, sobrevivendo a empurrões, mas aqui ele anda sobre alguns obstáculos. A hesitação é geriátrica, e no final ele toma um estabaco que tiraria toda a moral de um T-1000:
É legal? Com certeza, mas está longe de ser uma ameaça, o que só torna mais engraçado manchetes que alardeiam que “segundo especialistas” em 2023 as forças armadas dos EUA terão 10 robôs para cada soldado humano. É possível? Provavelmente, robôs hoje já são bem úteis, há dezenas de milhares em uso, mas o que a gente imagina como um robô das forças armadas é isto:
Quando na realidade é isto:
Existe uma enorme quantidade de automação em equipamentos militares, mas estão longe de robôs como imaginamos. Quando tenta-se algo mais próximo, dá problema. Em 2007 na África do Sul, um exercício com um canhão antiaéreo robotizado automatizado e programado para matar saiu de controle. O canhão abaixou a mira, começou a catar alvos no chão e nessa brincadeira feriu 14 pessoas. Outras 9 não tiveram tanta sorte, morreram com tiros de 35 mm.
Aqui neste vídeo, uma torre de canhão de 30 mm M101, remotamente controlada dispara até a munição acabar. Em seguida, sem que o operador tenha comandado, continua a rastrear alvos e vira em direção à câmera e aos observadores do exercício. Se houvesse munição…
Agora repare este teste de um robô com uma .50, em teste de fogo com munição real:
A metralhadora está acorrentada para não poder girar em direção aos humanos presentes.
Ou seja: não conseguimos nem que nossos robôs não nos matem sem-querer. Está longe o dia em que nos matarão de propósito.