Carlos Cardoso 9 anos atrás
Muito, muito tempo atrás, quando a internet ainda era algo intermitente e a gente só entrava de vez em quando, a maior parte do pr0n ainda era consumido via papel e VHS (pergunte pra seu pai ou bote no Google) um vídeo fez a festa de muita gente.
Eram enormes, monstruosos 10 MB, que muita gente deixava a noite toda baixando. Para nossa surpresa esse vídeo era mais antigo ainda, mais precisamente de 12/11/1970.
O vídeo é uma reportagem apresentada por Paul Linnman e filmada por… Doug Brazil. Tudo começou quando uma baleia morreu e foi parar em uma praia em Florence, na costa do Oregon. Ninguém sabia como se livrar da carcaça, que iria apodrecer, cheirar mal e era grande demais para ser comida por predadores.
Eis que surge nosso herói: um engenheiro rodoviário legitimamente americano. Ele aplicou a doutrina nacional para resolução de problemas: na dúvida, exploda. Se não funcionar, use mais explosivos.
A lógica de George Thornton era que a explosão iria vaporizar a baleia, e os pedaços que sobrassem seriam comidos por aves e caranguejos. O resultado, bem, veja, depois continuo.
Isso mesmo: usaram quase meia-tonelada de dinamite, só um pedaço da baleia foi afetado, mas como resultado tudo, casa, carros, pessoas num raio de quase 1 km foi bombardeado com pedaços de baleia, inclusive um do tamanho de uma geladeira.
Toda a vida selvagem do hemisfério norte fugiu com a explosão, não deixando ninguém pra comer o que sobrou (ou seja, tudo). No final tiveram que fazer o que não queriam, cortar e enterrar a baleia na mão.
A América não teve seu novo momento Apollo XIII, a idéia do pobre Thornton pendeu mais pra projetos de engenharia como a ponte do Estreito de Tacoma.
Mesmo assim ele continuou empregado no departamento de transportes do Oregon até se aposentar em dezembro de 1984. A lição foi aprendida e nenhuma das 41 baleias que de lá pra cá encalharam no Oregon foram dinamitadas.
George Thornton morreu domingo passado, aos 84 anos.
Obrigado, George. Graças a você tivemos um vislumbre do futuro, anos antes do YouTube e de toda a papagaiada marketeira, você criou um viral, espalhou alegria, divertiu e animou o dia de tanta gente que chamava os amigos, animado, com o clássico “Vocês TEM que ver isso!”
Fonte: NBC.