Ronaldo Gogoni 9 anos e meio atrás
Da última vez que um acidente ou um desastre natural atingiu fabricantes de componentes... bem, nós estamos pagando o preço (literalmente) até hoje, dois anos depois da enchente na Tailândia que afetou 25% da produção mundial de HDs. Eu costumo usar como referência o Seagate Barracuda ST2000DM001, um modelo de 3,5" com capacidade de 2 TB que adquiri naquele ano por R$ 220. Hoje achá-lo por menos de R$ 400 é uma pechincha, mesmo com toda a produção normalizada. Foi-se a água, ficou a fome dos fabricantes e vendedores.
E gora a história se repete, dessa vez devido um incêndio numa unidade da SK Hynix localizada na cidade de Wuxi, China na última quarta-feira. Acontece que ela é uma das principais fornecedoras de memórias de celulares para as montadoras sul-coreanas, além de representar sozinha cerca de 10% da produção mundial de DRAM e 30% do market share, dividido com Samsung e Micron. Metade da produção dos chips vêm dessa unidade. A SK Hynix diz que o fogo foi controlado rapidamente e não causou maiores danos, mas de modo a avaliar a real extensão dos prejuízos a produção de memórias foi interrompida.
Não é preciso ser vidente para adivinhar que os preços dos pentes de memória já dispararam: analistas apontam um aumento de até 3% nos preços desde que o incêndio veio a público. É o maior reajuste em três anos e a tendência é só piorar.
Como a SK Hynix fornece memórias para fabricantes não só de PCs e notebooks como de smartphones e tablets (a Apple é um de seus clientes), uma paralisação prolongada pode representar um atraso de 11 milhões de notebooks e 10 milhões de smartphones em um mês.
Portanto fica o recado: se você está pensando em montar um PC ou pretende fazer um upgrade de memória, é melhor contatar logo seu fornecedor favorito e torcer para que ele já não tenha reajustado os valores.
Fonte: FT.