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Escaneador de Kindle — Arte, Hacking ou desperdício de tempo?

Uma gambiarra que fotografa uma página do Kindle, envia pra um serviço de OCR, salva, aperta o botão de avanço de página e repete o processo. Inútil ou criativo?

10 anos e meio atrás

DIY kindle scanner from peter purgathofer on Vimeo.

Muito tempo atrás, no tempo dos BBS havia umas 18 páginas na Internet mundial, e a velocidade média de download equivalia ao 4G da Vivo no Centro do Rio. Não era simples buscar informação online e eu havia esquecido no trabalho meu manual do Perl. Precisava executar um sort em um script, e na falta da lista de comandos, resolvi lembrar das velhas aulas e escrevi uma rotina própria. Levou horas pra ordenar a lista, mas funcionou.

No dia seguinte conferi e o comando para dar um sort em Perl era… SORT.

Mesmo assim não me senti jogando tempo fora, foi um bom experimento de programação, exercitando velhos músculos. Já o caso acima, tenho minhas dúvidas.

O Cidadão blinda o projeto com a alcunha de arte. Diz que é uma instalação, não algo prático. Em teoria é uma forma de contornar o DRM da Amazon, fotografando cada página de um livro no Kindle, enviando para um serviço de OCR, digitalizando e repetindo o processo.

Legal, mas contornar o DRM da forma mais ineficiente possível é uma boa mensagem? Não seria mais legal mostrar livros “piratas” no Kindle, junto de cópias legítimas em papel, na estante, gerando uma discussão bem mais complexa e produtiva?

Se todo mundo pirateasse filmes indo pra casa depois da sessão e fazendo versões em animação ou reencenadas das histórias, o braço jurídico da MPAA fecharia por falta de trabalho.

Esse projeto ao invés de despertar questionamentos desperta “tá, e daí?” e só posso achar que mesmo enquanto arte, falhou.

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