Ronaldo Gogoni 10 anos atrás
Os Estados Unidos podem estar melhores que boa parte do mundo, mas mesmo lá não está fácil pra ninguém. O problema é que o governo aperta o cinto em áreas sensíveis que mesmo que não representem uma ameaça séria, em caso de Murphy resolver trabalhar a obrada será bem maior do que simplesmente manter os custos. É o caso do fim do monitoramento do lixo espacial.
Em outro caso, a NASA não possui um programa sério de observação do espaço capaz de visualizar corpos celestes a caminho da Terra, que resultou no meteoro russo pegando todo mundo de surpresa. Um ângulo um pouquinho mais reto e... bem, imagine o que um petardo de 500 quilotons explodindo na Rússia sem qualquer aviso iria causar nos anciões da KGB e do Pentágono.
Mas há opções. O Wide-field Infrared Survey Explorer, ou simplesmente WISE é um telescópio espacial infravermelho cuja missão inicial era prover uma imagem completa do mapa celeste, tarefa que consumiu dez meses de trabalho e gerou a imagem abaixo (clique para ver num tamanho BOÇAL), apenas um mapa do universo assim com o telescópio espacial Planck conseguiu, ajudando pela primeira vez a termos indícios da existência de universos paralelos .
O WISE também foi utilizado para detectar asteroides, entre eles o 2010 TK7, o primeiro asteroide troiano da Terra, um corpo celeste que acompanha nossa órbita mas não chegará a colidir, pois estamos protegidos por uma órbita em dois Pontos de Lagrange de estabilidade.
O satélite foi posto para dormir em 2011 e seus dados vem sendo analisados desde então (resultando nas descobertas mencionadas), mas ontem a NASA anunciou que o WISE será reativado já em setembro, sendo designado para detectar asteroides potencialmente perigosos em rota de colisão com a Terra.
A previsão é de que o telescópio seja capaz de detectar até 150 NEOs (Near-Eart Objects) que estejam relativamente próximos de nós, numa distância máxima de 45 milhões de quilômetros, menor que a distância entre o Sol e Mercúrio. Em termos astronômicos é a espessura de um fio de cabelo, mas pode ser a diferença entre rezar e evacuar uma cidade.
E de uma vez por todas, esqueça Armageddom.
Fonte: NASA JPL.