Carlos Cardoso 10 anos atrás
Depois que o meteoro russo por um pentelhonésimo de segundo de arco de inclinação não dizimou uma cidade russa, o mundo todo passou a prestar atenção em pedras celestes, com políticos prometendo mundos e fundos para evitar o próximo e inevitável meteoro.
O problema é que um sistema de detecção de asteroides que consiga identificar corpos pequenos custa um mundo de fundos, e na hora de abrir a carteira o papo muda.
Não é que a NASA não tenha feito nada. Em 2005 foi estipulado que ela identificaria até 2020 90% dos asteroides próximos à Terra com mais de 140 metros de diâmetro, mas os cortes de verba fizeram com que só tenham chegado a 10% em 2013.
Na parte de defesa ativa então, a coisa tá feia. Em uma sessão no Congresso dos EUA, ao ser questionado sobre as providências caso um asteroide em curso de colisão seja detectado, Charles Bolden, manda-chuva da NASA foi claro:
“Se estiver chegando em 3 semanas, rezem”.
É isso aí. Todas as nossas tecnologias de deflexão de meteoros são apenas teóricas, mas se serve de consolo aos cientistas, o número de meteoros desviados com nossa tecnologia é exatamente igual ao número de catástrofes naturais evitadas por meio de oração.
Temos poucas chances de detectar e zero de desviar um asteroide destruidor de cidades.
A esperança é que as empresas (sim, há mais de uma!) planejando mineração de asteroides decolem logo, e desenvolvam a tecnologia que um dia salvará Nova York, Rio ou Tóquio, porque se formos depender de governos, acho mais fácil seguir o conselho da NASA e rezar para que um Poder Superior que nos observa do alto venha nos salvar. HELP, SUPERMAN!
Fonte: PS