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O Upgrade de US$500 milhões (que não funciona)

16 anos atrás

O Departamento de Homeland Security do Governo dos EUA (S.H.I.E.L.D. em breve) foi criado após os ataques terroristas de 11 de Setembro, e são tudo que se pode esperar de uma iniciativa governamental: Inchados, lentos, ineficientes, superfaturados. Mas de vez em quando eles exageram.

Existe um banco de dados com meio milhão de nomes e uns tantos apelidos e variações que lista suspeitos de terrorismo. Assim um sujeito chamado Osama Bin Laden ou C. Chacal ou V não poderia embarcar em um vôo, por exemplo. Extremamente útil, afinal terroristas nunca usam identidades falsas.

Esse banco de dados dá mais trabalho do que funciona, com casos onde crianças são impedidas de embarcar em aviões, ou mesmo pilotos são listados. Há soldados veteranos do Iraque que estão na lista, por terem nome parecido com algum suspeito de terrorismo.

O pior é que o banco é um lixo. Um deputado da Carolina do Norte, Brad Miller, atirou o humus no ventilador, em uma carta para o Inspetor-Geral, no gabinete do Diretor Nacional de Inteligência. Ele reclama que o banco de dados é um lixo. Tenho que concordar. Vejam algumas características do projeto:

  • Não tem uma inteface estilo Google, todas as buscas são feitas via queries SQL
  • É composto de 463 tabelas
  • 295 não estão documentadas
  • 596 requisitos de sistema
  • 36 requisitos serão atendidos pelo upgrade
  • sistema falha em 50% das tarefas atribuídas
  • sistema falhou em 50% das gerações de relatório
  • sistema é incapaz de fazer buscas nos relatórios
  • sistema não permite utilizar em buscas AND OR or XOR

Detalhe: Essas já são as características do UPGRADE, que envolve o projeto RAILHEAD, que já consumiu uns US$500 milhões. Eu já trabalhei em projetos assim mas uma duas ordens de magnitude menor. Droga. Leo, estou fora. Vou largar o MeioBit e ser fornecedor do Governo. Qualquer Governo.

Ah sim: Se seu nome estiver no banco de dados, basta dar uma inicial. "Osama Bin Laden" não passa, mas "Osama B. L." é capaz de passar. Sério.

Fonte: Ars Technica

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