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Ender's Game - 158 anos mais cedo

16 anos atrás

Em 1977 Orson Scott Card escreveu sua história de Ficção Científica mais famosa, Ender´s Game, onde um garoto de 6 anos é recrutado para treinamento em uma academia de combate. Os anos passam, as simulações vão ficando cada vez mais complexas, até que ele vence o último teste, só para descobrir que na verdade estava comandando remotamente uma frota de naves da Terra.

A história se passa em 2135, mas o Coronel Chris Chambliss, um piloto aposentado de F16 com 49 anos não teve que esperar tanto. Ele trabalha na base área de Creech, no deserto de Nevada, EUA.

O trabalho do Coronel é bombardear alvos no Iraque, do conforto de uma sala com ar-condicionado, cafezinho e ordenanças para pegar sanduiches de salame quando ele pedir.

Ele é parte de uma equipe de 250 aviadores da 432a Ala Aérea, um grupo de combate da Força Aérea formado por aviadores experientes E Predadores armadores com mísseis.


Predator

O Predador comunica-se diretamente com satélites, via link (muito) encriptado. Uma equipe de dois homens comanda a aeronave, que é autônoma, se necessário.

Para o Pentágono está sendo um presente divino. Um piloto na segurança de uma base aérea sofre stress zero, e não corre risco nenhum. Perder um piloto implica em milhões de dólares perdidos, além do tempo de treinamento. Perder uma máquina, mesmo que cara, é só dinheiro.

predator-controlsAnalistas mais ousados preveem que a geração de caças que está saindo das pranchetas agora será a última em que pilotos humanos viajarão dentro das aeronaves. Dada a tecnologia e automação (não conte para ninguém, mas um avião comercial hoje em dia pousa sozinho, se necessário) muito provavelmente estão certos.

O grande problema para automatizar caças, entretanto, é o atraso de transmissão do sinal. Einstein é cruel, limitou a velocidade da luz em 299.729,5Km/s, o que parece muito, mas se um sinal para subir a um satélite geoestacionário percorre 36.500Km, para descer percorre outros 36.500Km (no melhor cenário) temos 0.24s de atraso. SEM CONTAR processamento.

Talvez resolvam com cabos submarinos, ou estações locais atrás das linhas de batalha onde os pilotos possam ficar, seguros mas perto da ação.

O que vai mudar, e isso é muito de seu interesse, caro geek/nerd/gamer é que ninguém mais precisará ter 1.80 como o Tom Cruise (em Top Gun) e passar por dificílimos exames físicos. Pilotar caças dependerá de talento, apenas. Não importa se você desmaia em montanhas russas. Se você é imbatível no Falcon 4.0 (Crimson Skies não conta, infelizmente) Tio Sam se interessará por você.

A Telepresença naturalmente se espalhará para outros campos. O único motivo de não termos tanques totalmente automatizados e controlados remotamente é o custo.

É a guerra do videogame, mas desta vez os gamers poderão participar. Você toparia? Eu não sei. Se fosse a Argentina...

Claro, no final teremos automação total e unidades de combate com capacidade de decisão independente. Uma excelente idéia...


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Fonte: Wall Street Journal

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