Wallacy 15 anos e meio atrás
Bem, eu não sei se alguém aqui também está surpreso, porém depois de ver um alfa com 12 anos de duração, eu esperava pelo menos mais uns 20 para o projeto chegar em sua versão 1.0.
Estava arrumando umas coisinhas em meu artigo sobre desenvolvimento, que por motivos de força maior está andando a passos bem lentos, quando resolvi entrar no WineHQ afim de pegar algumass informações recentes sobre o libwine e eis que para minha surpresa não só a versão 1.0 está com data marcada (6 de junho) como também a versão 1.1.0 logo em seguida, no dia 20!
Ok, nesses últimos 3 anos o wine evoluiu muito, saiu da versão 0.9.0 para a versão 0.9.57 (muito?!), e nesse ritmo pelo menos mais 3 anos me parecia um tempo bem aceitável para chegar na versão 1.0, levando em conta o nível de dificuldade do projeto.
Aparentemente, as últimas investidas do Google (money!) e as liberações de especificações/documentações por parte da Microsoft deram um “UP” no Wine. As próximas 3 versões (28/03 – 11/04 – 25/04) serão os últimos betas, seguidos pela 1.0.0rc1 e 1.0.0rc2 em 9/05 e 23/05 respectivamente.
Menino do bucho grande diz: 15 anos de desenvolvimento? Depois dizem que o SL merece respeito!
Ok, o projeto Wine está aí há muitos anos e ainda vai precisar muito mais para rodar todas as aplicações do Windows (se é que realmente será possível rodar todas).
Então para quem não sabe, o Wine é um dos projetos mais malucos que existem por aí! Antes que digam besteira, vale lembrar que ele não emula nada! A idéia é traduzir as chamadas de Windows para Linux. Alguns falam que o Wine é pílula azul capaz de trazer os programas do mundo das chamas para o mundo da luz!
Já que Wine faz os programas Windows rodarem nativamente no Linux, é comum esperar muitos bug e não é por menos, o wine suporta programas escritos para Windows 2.0/3.0/3.1/NT 3.5/NT 4.0/ 95 / 98 / ME / 2000 / XP / 2003 / Vista / 2008 ...
Ocupando pouco mais de 20MB, pessoalmente acredito que nem a MS teria feito algo tão otimizado assim e se lembrarmos que estamos falando de 21 anos de evolução em sistemas operacionais Windows, esses 15 anos do Wine nem parecem tanto não é?
Ok, o wine pode ser um projeto e tanto, mais nada comparado com o original!
O Wine não será um substituto para o Windows tão cedo, pelo menos no que diz respeito às aplicações. Porém o projeto vai muito além de “traduzir programas Windows em tempo real para rodar nativamente no Linux”. A biblioteca “libwine” pode ser usada para compilar e ligar códigos fonte de aplicações Windows nos *nix, ajudando e muito criar aplicações multiplataforma.
E o melhor: a libwine pode fazer com que aplicações Windows rodem no Windows! Maravilha né?
É muito comum algumas aplicações desenvolvidas para Windows 98 não serem compatíveis com o XP (por exemplo) e esse também é um dos focos da libwine, que pode ser usada normalmente no ambiente Windows para ajudar a portar o código entre as muitas versões do sistema.
Enfim, a lógica nos diz que o Wine sempre estará atrás dos sistema da MS, entretanto isso não o torna obsoleto. Algumas empresas, por exemplo, não precisariam adquirir um sistema operacional inteiro para rodar uma única aplicação win, ou reescrever milhares de linhas de código de sua aplicação para de rodá-la no novo sistema da Redmond.
O que esperar da versão 1.0?
Bem, a notícia triste é que a versão 1.0 não vai rodar todos os mais recentes aplicativos Windows e, muito provavelmente, nem o Adobe CS3. No entanto, o time de desenvolvimento espera que a versão CS2 rode com 100% de compatibilidade.
A grande idéia da versão 1.0 vai ser o congelamento e a estabilização dos muitos recursos, corrigir os últimos 103 bugs e finalmente lançar a primeira versão pronta para ser usada em diversos ambientes sem “medo” de que quando sair um novo relase tudo pare de funcionar.
A versão 1.0 pode não ser algo “tão incrível” para muitos, mais certamente será um marco importante para o projeto, que agora poderá evoluir muito mais rapidamente e de maneira muito mais madura.