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Microsoft anuncia o carrinho de supermercado eletrônico

16 anos atrás

Estava demorando: a Microsoft, em parceria com uma empresa fabricante de carrinhos e uma rede de supermercados, esteve testando por nove meses carrinhos computadorizados, chamados de "MediaCarts".

Pelo que pude ler o display do carrinho fica passando anúncios durante a experiência de compra do cliente, baseados em seu histórico de compras. Para não dizer que o "bicho" é totalmente inútil para o cliente, ele permite que o total das compras seja facilmente exibido, bem como fornece informações sobre localizações de produtos na loja. Quase como um quiosque de informações ambulante.

Segundo a informação oficial, nenhum dado pessoal dos clientes foi revelado, apenas relatórios sobre o impacto dos vídeos foram passados aos anunciantes.

Tem uma crônica que circula há anos na Internet de um cara que tenta comprar uma pizza, se não me engano, e acaba passando a maior raiva porque todas as informações sobre ele estão disponíveis no banco de dados da pizzaria, que se recusa a colaborar com o seu alto nível de colesterol, ou coisa assim; recusa-se a vender cerveja porque ele teve problemas com bebedeiras no passado; e por aí vai.

Sou um apaixonado por tecnologia, mas há setores nos quais eu acho que ela não deveria invadir dessa maneira. Claro, os carrinhos de supermercado (e a minha geladeira), por exemplo.

Não vou nem entrar na viagem de querer imaginar situações em que um carrinho de supermercado que ficasse me bombardeando com publicidade durante todo o meu período de compras seria inconveniente: uma tranqueira dessas sempre seria inconveniente. Da mesma forma que seria extremamente inconveniente um espião eletrônico que ficasse monitorando a quantidade de laticínios (latas de Bohemia) que entram na minha geladeira.

Com isso, contudo, não estou dizendo que sou contra sistemas de CRM, que fique bem claro. Uma coisa é o estabelecimento controlar o que sai de seus estoques, como e para onde vai. Outra coisa muito diferente é um sistema qualquer ter acesso ao que entra na casa de um determinado consumidor, com ou sem o seu consentimento.

No que depender de mim, os supermercados jamais trocariam os carrinhos mais tradicionais e simples por estações multimídia, e --- perdão pelo off-topic ecológico --- voltariam a usar sacos de papel ao invés das sacolinhas plásticas. Involução? Prefiro chamar de bom senso.

Via: IDG Now

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