Nick Ellis 10 anos atrás
Se no resto do mundo o iPhone perde para os smartphones da Samsung, nos Estados Unidos a história é bem diferente. De acordo com a ComScore, no último trimestre o smartphone da Apple ampliou sua liderança de 37,8% em janeiro para 39,2% em abril, deixando a Samsung em segundo lugar com 22% de participação.
Depois da Apple e Samsung, as empresas que mais vendem no mercado norte-americano são HTC com 8,9%; Motorola com 8,3% e LG com 6,7% de participação. Vale destacar que estes dados são anteriores ao lançamento do Galaxy S4, topo de linha da Samsung, mas mesmo assim é interessante notar que o iPhone, tão criticado por não ter tido grandes evoluções nos últimos anos, ainda se mantenha soberano como produto, pelo menos no gosto do consumidor norte-americano.
Falando de plataformas nos Estados Unidos, somando smartphones de todas as marcas, a situação é oposta, e o Android continua dando um baile no iOS. Apesar do iOS ter ganho 1,4% e chegado a expressivos 39,2% de participação no mercado, ele não chega a incomodar o Android, que lidera com sobras com 52%. As outras posições são do BlackBerry OS, que tem 5,1%; e do Windows Phone da Microsoft, com 3%. Acredite se quiser, mas o Symbian ainda aparece com 0,5%.
Deixando os Estados Unidos de lado, e usando dados da Kantar Worldpanel ComTech (pdf para download), vemos que a Apple está perdendo e feio na Europa com 69,6% para o Android e 18,4% para o iOS e em países da Ásia e Oceania. A exceção é o Japão, onde o iPhone ainda lidera na margem de erro, com 50,2% a 44%. O exemplo mais gritante é o da Espanha, onde o Android tem 92,8% contra apenas 4,1% do iOS. A maior responsável por este sucesso é a Samsung, que aposta na estratégia da diversidade, lançando um aparelho diferente para cada público.
Todos estes números são claras indicações de que a Apple precisa de um novo iPhone que realmente faça sucesso no mundo inteiro. Ficar acomodado com a liderança no mercado dos Estados Unidos é pouco para a empresa que inventou o segmento de smartphones com telas sensíveis ao toque. O iPhone 6, ou 5S precisa ser mais do que um smartphone, precisa ser uma nova experiência, sem ficar preso as limitações do passado, como um sistema quadrado e uma tela que parece ficar menor a cada ano, mesmo tendo sido aumentada em uma polegada na versão 5.
Entretanto, ainda mais do que o hardware, o que precisa evoluir é o iOS. Em termos de sistema operacional mobile, é inegável que a evolução do Jelly Bean tem sido muito maior do que a do iOS, que parece ter parado no tempo, com mudanças superficiais, mantendo praticamente o mesmo estilo visual da época do lançamento do primeiro iPhone, quase 6 anos atrás. Isto vai mudar com a presença de Jony Ive no comando do iOS, mas o sistema mobile da Apple precisa de muito mais do mudanças estéticas para competir de igual para igual com o Jelly Bean, e o que vier por aí.
O novo iOS, que iremos conhecer semana que vem na WWDC, precisa ser completamente repensado. O sistema precisa se tornar mais flexível, mais lógico e integrado, sem tantas limitações para os desenvolvedores. Uma coisa é certa, é bom não subestimar a Apple, uma empresa com um histórico de décadas surpreendendo consumidores incrédulos e jornalistas de tecnologia que ganham seu sustento decretando que eles estão em decadência ano após ano.
Fontes: Boy Genius Report e ComScore.