Ronaldo Gogoni 10 anos atrás
O fim do suporte ao Windows XP, de longe a versão do SO da Microsoft de maior sucesso da história (e ainda detém 38,3% do market share, colado no Windows 7 com 44,7%. Vista possui 4,75% e Windows 8, 3,82%. Dados aqui), está agendado para daqui a menos de um ano, em 8 de abril de 2014. É evidente que isso se reflete em altos gastos em migração para empresas que resolveram deixar tudo para última hora ou, mais comum, o setor público que depende de licitações para atualizar seus computadores. E isso é um processo burocrático ao extremo, aliado ao fato que muitos usuários insistem em não mudar porque "o atual funciona bem".
No Japão o problema é um pouco mais sério: cerca de um terço dos computadores do país ainda rodam o XP, principalmente o setor estatal. E algumas prefeituras resolveram tomar uma solução drástica para prorrogar o uso do sistema até uma provável migração: estão tirando os PCs da internet.
O governo da província de Aichi possui 8 mil computadores e 10% deles serão mantidos com o XP, mesmo após o fim suporte. E nisso significa algumas situações curiosas: a prefeitura de Ichinomiya, por exemplo, vai utilizar os sobreviventes com o XP apenas para tarefas que não dependem da internet, mantendo-os desconectados. Já a prefeitura de Toyohashi está considerando vedar as portas Ethernet para evitar que usuários desavisados (ou mal intencionados) os conectem acidentalmente.
Algumas dessas prefeituras são bem pobres é até compreensível, como em Takayama: os servidores serão obrigados a ajudar com os upgrades, porque "a prefeitura não pode arcar com os gastos". Mas mesmo na capital Nagoya há certo desconforto. Um servidor chegou a reclamar (para mim, sem razão): "Por quê temos que substituir nossos computadores de acordo com a conveniência da Microsoft?"
Talvez... porque sistemas (e ameaças online) evoluem?
Tanto lá como aqui, isso é bem comum em setores públicos. Existem alguns departamentos que ainda usam PCs com Windows 98 (eu flagrei alguns com MS-DOS) apenas porque "ainda funciona". Por sorte esses PCs eram completamente isolados da rede interna, operando offline mesmo. E como a ordem é economizar, enquanto não explodir é usável. Quanto a ser seguro são outros quinhentos.
Fonte: The Register.