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Oficial: Laptop de US$100 agora US$188. E piora.

16 anos e meio atrás

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Quando foi proposto pela primeira vez o projeto OLPC trazia um conceito revolucionário: Fornecer computadores a US$100,00 para países do Terceiro Mundo, especialmente projetados para uso por crianças, com métodos alternativos de carregamento, capacidade de rede independente de servidores, economia de bateria, etc.

O problema de projetos ambiciosos é que as expectativas geradas por seus evangelistas raramente são discutidas com o departamento técnico, gerando informações desencontradas e decepção entre os consumidores.

Um dos pontos de venda do OLPC era a bateria. Um equipamento de baixo consumo de energia, com declarações ousadas como "Bateria do OLPC será medida em dias, não em horas". Na prática, a maior autonomia conseguida em testes foi de cinco horas. Isso é autonomia de um Sony Vaio cheio de HDs, aceleração 3D, WIFI, etc.

Detalhe: A tal autonomia de cinco horas foi conseguida com a máquina parada, sem fazer nada, enquanto a propaganda do OLPC falava em "dez horas de autonomia" com o equipamento sob "uso intenso".

Para piorar o laptop, que foi garantido como sendo de US$100,00 subiu para US$130,00, foi chamado de Laptop de 100 Euros, e agora George Snell, porta-voz do projeto, alertou que o custo de cada um está agora orçado em US$188,00. O projeto se compromete a não deixar o equipamento passar de US$190,00, mas é bom lembrar que o mesmo projeto se comprometeu a fazer um laptop de US$100,00..

Como ficam os países que se comprometeram a comprar 3 milhões de unidades? Quem vai entubar esses $88 a mais por unidade? No Brasil eu sei, eu e você, mas e países onde não há uma classe pagadora de impostos significativa, para bancar essas brincadeiras governamentais? Como ficam os orçamentos? Estamos falando de um aumento de US$264.000.000,00 nos custos iniciais. Duzentos e Sessenta e Quatro Milhões de Dólares. A Nigéria encomendou 1 milhão de unidades, já a US$140,00. US$48 milhões a mais podem não fazer falta para você, Bill, mas para a Nigéria com certeza não será um passeio.

Minha sugestão? Parem de brincar de Steve Jobs, entreguem ao Verdadeiro o controle do projeto e deixem alguém que entenda do riscado faça o controle de danos. Do contrário mesmo os países mais comprometidos vão começar a pular do barco.

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