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Audaciosamente (mesmo) indo onde nenhum homem jamais esteve

11 anos atrás

spacex-dragon

Houve uma época em que o mundo era cheio de heróis, aventureiros, gente corajosa, curiosa e que se metia a explorar os mais distantes destinos. Gente como Marco Polo, David Livingstone, Marechal Rondon, Lewis & Clark, Colombo, Vespúcio, Robert Scott e incontáveis outros.

Hoje contamos nos dedos os James Camerons e Felix Baumgartners da vida. Nossa geração cínica que tem todas as respostas para a Vida por trás de seus teclados sequer consegue entender a poesia da resposta de Sir Edmund Hillary, quando perguntado do motivo pelo qual escalou o Everest: “porque ele existe”.

Por isso mesmo não sei e não me importa como vão receber a notícia de que Denis Tito, o multimilionário que em 2001 inaugurou a era do Turismo Espacial, pagando US$ 20 milhões para visitar a Estação Espacial Internacional, está planejando uma viagem até Marte, em 2018.

Isso mesmo. DOIS MIL E DEZOITO. Antes de muita obra pra Copa no Brasil estar terminada.

Tito ventilou parte de seus planos por aí, que serão apresentados dia 27 de fevereiro, mas o New Space Journal obteve uma cópia do projeto!

A missão envolverá uma cápsula Dragon, da Space X, atuchada de suprimentos, levando dois astronautas em condições espartanas. Aproveitando condições orbitais favoráveis em 2018, a nave viajará até Marte, aproveitará o empuxo gravitacional do planeta para acelerar e voltará para a Terra. Serão no total 501 dias no espaço.

É muito tempo? Sim, mas não é inviável. O recorde é de Sergei Krikalev, que em 6 missões acumulou um total de 803 dias no espaço. Só em missões extra-veiculares ele tem 41 horas. Outros 10 cosmonautas também ultrapassaram a marca de 500 dias.

Em termos de espaço a Dragon não é exatamente a Enterprise, mas que cabem os astronautas e os suprimentos, até que cabem:

spacex-dragon-capsule-1

Se o módulo de carga for alterado para que possa ser acessado de dentro, terão mais espaço ainda. Não que dê para fazer Cooper que nem em 2001, mas ninguém disse que ser pioneiro aventureiro e explorador tinha a ver com conforto.

Quando Don Walsh e Jacques Piccard embarcaram no Trieste em 1960 para atingir o fundo da Fossa das Marianas não ficaram reclamando que a esfera de pressão onde os dois se encolheram era pequena. E era:

trieste

Pioneirismo é isso: Santos Dumont nunca seria ninguém se ficasse em casa postando no Mandiquê, ou seja lá qual BBS usavam naqueles dias, reclamando da falta de segurança na pesquisa aeronáutica. Ele meteu as caras, prendendo basicamente um cesto de lixo em um balão e foi ser desbravador.

Até porque, para ir ao Infinito e além, primeiro você tem que sair da sua zona de conforto.

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