Carlos Cardoso 10 anos atrás
O trabalho de Dean Boland já é questionável, afinal de contas ele é um advogado. Pior ainda, especializado em defender acusados de pedofilia. Indo além, ele não só defende essa escória, como o faz de forma bem criativa.
Em um dos casos, em 2004, a linha de defesa era de que as imagens que o acusado baixou poderiam ser virtuais, photoshopadas, e ele não teria como identificar que a criança nas fotos era dimenor.
Forçado, né? Tanto que pra provar seu ponto, Mr Boland comprou duas imagens de arquivo, com crianças de 5 e 6 anos, abriu o folder de imagens educativas e botou o photoshop pra trabalhar, produzindo cenas de sexo explícito entre as crianças e adultos.
Ele apresentou no tribunal as imagens, mostrando que seu inocente cliente não teria como distinguir aquelas imagens de fotos reais, e achou que estava baixando montagens.
O problema é que criar esse tipo de montagem É ilegal, tecnicamente você está mentindo, caluniando, mas com imagens ao invés de palavras.
Chegou até os pais das garotinhas o uso dado às fotos pelo advogado, e compreensivelmente não acharam graça saber que a imagem da garotinha de 5 anos comendo um donnut foi alterada para, no lugar do supracitado doce, ser inserida uma estrovenga entumecida e latejante.
As famílias entraram com um processo e, encurtando a história, acabou de sair a decisão: Dean Boland terá que pagar US$300 mil de indenização às famílias.
A questão é quase filosófica, mas tem um lado prático: a imagem ofensiva é ofensiva por existir, não por ser real ou não. Um fake não precisa ser indistinguível de uma imagem verdadeira para afetar negativamente uma pessoa.
Em alguns lugares até texto ficcional é considerado material não-protegido. Descrever atos ilegais se torna crime. Há casos inclusive de gente presa por ter… mangás. Claro, há muito material questionável por aí, principalmente lolicon, envolvendo meninas, e (ironicamente) shota-con, envolvendo meninos.
Há toda uma discussão de Liberdade de Expressão envolvida, mas sinceramente prefiro que esses questionamentos sejam feitos baseados em causas mais nobres, e não porque alguns tarados querem ficar babando em desenhos da Hermione pré-teen.
Dean Boland descobriu da pior forma que ele não pode tudo, e que o Tribunal não é um local além do tempo e do espaço. No mínimo, descobriu que nãos e pode cometer um crime para tentar justificar outro.
Fonte:AT