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Gavin Clayton, o homem que recriou o Daggerfall

Após recriar o clássico The Elder Scrolls II: Daggerfall usando a engine Unity, Gavin Clayton revelou que já está trabalhando em um novo jogo, esse original

11 semanas atrás

Quando 2023 estava prestes a terminar, Gavin Clayton anunciou algo que muitos duvidavam que seria possível. Após quase uma década de dedicação e a ajuda de outras pessoas, ele lançou a versão final de um remake para o maior RPG que a Bethesda já criou, o The Elder Scrolls II: Daggerfall.

Crédito: Divulgação/Bethesda

Lançado originalmente em 1996, aquele jogo foi o primeiro contato de muita gente com a marca e ficou conhecido por ter o maior mapa da franquia. Com os seus 161 mil km2, algo próximo do tamanho do Reino Unido, ele supera até mesmo o The Elder Scrolls Online.

Até por isso, refazer aquele jogo não seria uma tarefa simples, mas Clayton não se intimidou e o resultado foi o Daggerfall Unity. Usando a famigerada engine (além de muita paciência e perseverança), o sujeito conseguiu concluir o ambicioso projeto que pode ser experimentado gratuitamente, já que a versão original do jogo pode ser obtida no Steam e no GOG. Já o processo de instalação está disponível aqui.

Nesta nova versão, os aventureiros terão suporte a diversas melhorias, como poder controlar o personagem usando as teclas WASD, assim como gráficos consideravelmente mais bonitos, com a imagem podendo ser exibida em widescreen, e entregando novos efeitos de iluminação e maior distância de visualização.

Além disso, o remake de Clayton — que vale dizer, aproveita vários mods criados por outras pessoas — traz bastante conteúdo adicional, como novas classes, missões e regiões. O jogo ainda conta com uma opção para reduzirmos o tamanho dos calabouços, já que por eles serem gerados aleatoriamente, podem ser bem extensos e difíceis.

Daggerfall Unity

Crédito: Divulgação/Gavin Clayton

Resumindo, Daggerfall Unity é certamente a versão definitiva de um clássico, um trabalho hercúleo realizado pelo amor de seu criador por um jogo que conquistou muita gente. Porém, com o projeto concluído, agora Gavin Clayton pretende alçar voos ainda mais altos.

Ao conceder uma entrevista ao site DualShockers, o sujeito revelou que aquilo que aprendeu com aquela criação lhe permitirá buscar um sonho de criança: tornar-se um desenvolvedor de games.

“Já comecei a trabalhar em um novo jogo, mas dessa vez, esse será algo meu,” disse o game designer. “Eu genuinamente adoro esse estilo de jogo antigo. O que estou criando é um jogo nesta mesma linha. Estamos falando de um grande mundo, sistemas complexos, suporte a mods, tudo o que quero explorar e quero pegar a experiência com o Daggerfall Unity e colocar no meu novo jogo.”

Tendo crescido na Australia durante a década de 80 e 90, ele afirmou que criar jogos naquele cenário era um sonho quase inalcançável. Assim, decidiu apostar em algo mais realista e sensato, a carreira em TI.

Crédito: Divulgação/Gavin Clayton

Contudo, aquela vontade de criar seu próprio jogo sempre permaneceu e após o relativo sucesso alcançado ao recriar o The Elder Scrolls II: Daggerfall, ele decidiu colocar o antigo plano em prática, abandonando a tecnologia da informação e passando a se dedicar ao novo projeto em tempo integral. Para isso, Clayton está contando com o apoio da esposa, que ficou responsável por sustentar a casa. Segundo ele, se nada der certo, “sempre poderá voltar para a TI.”

Pelo X, Clayton afirmou que por enquanto não tem nada concreto para anunciar, pois se encontra em fase de desenvolvimento da tecnologia que será utilizada. Isso é interessante, pois ele pretende usar uma versão modernizada de uma engine que criou antes mesmo de se dedicar ao Daggerfall Unity.

Quanto ao enredo, o game designer disse que a intenção é aproveitar uma campanha de Dungeons & Dragons que criou com amigos lá pelo final da década de 90. Porém, a ideia é fazer com que essa história principal não precise ser seguida à risca, pois sempre preferiu os jogos que entregam uma narrativa emergente.

Daggerfall Unity

Crédito: Divulgação/Gavin Clayton

Por se tratar de um projeto que está em fase tão inicial de desenvolvimento, talvez Gavin Clayton ainda ache que não está na hora de fazer isso, mas penso que a melhor maneira dele garantir a continuidade do desenvolvimento seria recorrer ao financiamento coletivo. Embora essa febre tenha baixado nos últimos anos, o seu trabalho no Daggerfall Unity me parece uma boa credencial e se ele conseguir apresentar um conceito interessante, os apoiadores deverão aparecer.

Mas independentemente de como o australiano fará para bancar essa produção, acho que podemos afirmar com segurança que ela ainda levará um bom tempo até ser disponibilizada. Quanto ao estilo proposto, sei que muita gente odeia essa proposta de criar jogos cujos visuais remetem a algo lançado há 30 anos, mas eu gosto.

Dessa onda de “novos velhos jogos”, dois que me agradam bastante foram o Lunacid e o Dread Delusion. Embora ambos tenham uma pegada mais King's Field, funcionando como um Dark Souls em primeira pessoa, são eles que me vem à cabeça quando penso nessa criação de Gavin Clayton e se o game designer estiver mirando em jogos assim, já pode contar com a minha atenção.

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