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O adeus ao The Elder Scrolls V: Skyrim

Jogadores estão religando seus Xbox 360 e PlayStation 3 só para dar a devida "aposentadoria" aos personagens do The Elder Scrolls V: Skyrim

15 semanas atrás

Os role-playing games podem ser descritos como jogos em que, essencialmente, interpretamos papéis. São títulos em que assumimos o corpo de um avatar e que, em certos casos, temos a liberdade de fazer quase tudo o que quisermos. Por isso talvez seja tão fácil nos apegarmos àqueles que nos representam nas telas, mas alguns jogadores The Elder Scrolls V: Skyrim estão levando essa ligação a outro nível.

The Elder Scrolls V: Skyrim

Crédito: Divulgação/Bethesda

Lançado em novembro de 2011 para PC, PlayStation 3 e Xbox 360, o jogo da Bethesda conquistou milhões de admiradores em todo o mundo, chegando a receber conversões e remasterizações nos anos seguintes. Isso fez com que as versões para os antigos consoles da Sony e Microsoft fossem deixadas de lado e agora um fã propôs um devido descanso para os personagens criados naquelas plataformas.

Usando sua conta no Reddit, a pessoa conhecida como Scutarior publicou a seguinte mensagem:

“Gente, isso soará cafona, sentimental e um pouco demais, mas me escutem. Recentemente encontrei meu antigo Xbox 360 onde joguei o Skyrim pela primeira vez. Minha primeira partida do início ao fim, sem plano de jogo, sem conhecimento do enredo, apenas fui em frente.

Ocorreu-me que essa conta na qual passei centenas de horas estava apenas ali parada, esperando que eu a recuperasse a qualquer momento. Esse carinha do Skyrim me acompanhou durante o ensino médio e parte da faculdade, e eu simplesmente o deixei sentado ali o tempo todo.

Então decidi voltar ao 360 para aposentar o meu velho cara. O levei para sua casa personalizada, o vesti com roupas de imperador, guardei suas armas e o sentei à mesa. Salvei o jogo e o desliguei. Dei ao carinha virtual um encerramento e disse adeus à minha primeira playthrough. Estranhamente, foi legal, antes de rir da ideia, experimente.”

Para muitas pessoas, a iniciativa de Scutarior pode parecer uma tremenda bobeira, uma perda de tempo sem sentido e talvez realmente seja. Porém, consigo entender esse apego não só ao personagem, mas a um jogo tão fascinante quanto o The Elder Scrolls V: Skyrim.

Quando o nível de imersão entregue por um título consegue nos prender, é natural criarmos uma ligação emocional com aquele mundo e se isso acontecer numa época de nossas vidas em que estejamos emocionalmente mais vulneráveis, como questionar a nostalgia que pode despertar anos depois?

The Elder Scrolls V: Skyrim

Crédito: Divulgação/Bethesda

De qualquer forma, a publicação acabou atingindo seu objetivo, com várias pessoas afirmando que também ligariam seus antigos consoles só para dar uma “aposentadoria” digna aos personagens que os acompanharam por tantas horas.

“Boa ideia, vou ligar meu PS3,” disse luigiknightx. “Eu ficarei super emocionado, não vou mentir. Aquele primeiro save parecia a segunda casa para mim. Mesmo sem o jogar há muito tempo, apenas as memórias da minha primeira playthrough me deixa emocionado.”

Já a usuária conhecida como Hbell-LarkbirdTO primeiro admitiu ter ficado com lágrimas nos olhos, para depois revelar o desfecho ainda mais dramático que pretende dar à sua personagem. “Talvez eu faça isso ou talvez a coloque na cama com seu marido, como o casal no Titanic que se aconchega na cama enquanto o navio afunda.” Piegas? Pode ser, mas outra usuária declarou e ter achado a proposta linda e que até seu marido, que não é gamer, disse que ela é brilhante.

E não se engane, a ideia de aposentar os avatares no The Elder Scrolls V: Skyrim, deixando-os em suas casas, não é algo inédito. Na publicação, vários jogadores revelaram ter feito o mesmo após concluírem suas campanhas ou acharem que estava na hora de partir para outros universos. “Minha primeira personagem está vivendo felizmente como uma alquimista em sua fazenda, cercada por amigos, suas crianças e seu amado marido que abriu uma loja,” disse TiioK. “Após salvar o mundo algumas vezes, eles decidiram parar com as lutas e dizer adeus às Companions.”

Crédito: Divulgação/Bethesda

Para essas pessoas, de alguma forma deve ser reconfortante pensar que após lhes serviram por tanto tempo como suas representações no vasto mundo de Skyrim, aqueles personagens finalmente puderam descansar. É uma despedida simbólica, uma doce ilusão de que não estamos virando as costas para alguém que, mesmo sem existir fisicamente, foi nossa porta de entrada para um mundo fantástico.

Para mim, histórias como essas — ou aquela em que um sujeito encontrou “o fantasma do pai” em um jogo de corrida — me fazem entender melhor porque gosto tanto de videogames. Na maior parte do tempo eles podem até funcionar como uma mera forma de entretenimento, mas já aprendi, me emocionei e evolui pessoalmente tanto com eles, que sempre verei essa mídia como algo muito, mas muito mais importante.

Nesse momento, eu só queria ter (bastante) tempo livre para retomar minha progressão no Skyrim.

Fonte: IGN

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