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RTX Remix promete revitalizar jogos clássicos para PC

Com uma nova ferramenta chamada RTX Remix, Nvidia pretende facilitar o processo de adicionar ray tracing a jogos criados para DirectX 8 e DirectX 9

1 ano e meio atrás

Apesar de ainda não ter se tornado tão popular quanto gostaríamos, o ray tracing pode ser considerado uma das melhores inovações a terem aparecido nos videogames nos últimos anos. Tornando a parte visual dos jogos muito mais bonita, a técnica permite que os mundos virtuais sejam mais imersivos e uma novidade anunciada pela Nvidia desponta como uma possível revolução para títulos mais antigos. Com vocês, o RTX Remix!

Crédito: Divulgação/Nvidia

Visando facilitar a vida daqueles que modificam jogos com DirectX 8 e DirectX 9, o que a ferramenta fará é permitir que assets sejam importados e convertidos para o USD (Universal Scene Description). Funcionando como um framework para o multiverso da empresa, o processo deverá eliminar uma das partes mais complicadas quando se pensa em adicionar ray tracing a títulos que não foram desenvolvidos para isso.

Para nos ajudar a entender o quão difícil pode ser a remasterização de jogos 32-bit, a Nvidia citou o Quake II. Na época em que a empresa estava adicionando o efeito ao clássico da id Software, eles precisaram montar uma equipe formada por engenheiros, artistas e especialistas em controle de qualidade, o que consumiu vários meses de trabalho.

Agora pense em tantos outros jogos que poderiam se beneficiar do novo sistema de iluminação, mas que devido à dificuldade, tais remasterizações se mostravam inviáveis? Só para ilustrar, segundo o site PCGamingWiki, dos mais de 7500 jogos feitos em 32-bit/x86 para PC, apenas 28 foram adaptados para x64, o que facilitaria a adoção do ray tracing.

Então, com o RTX Remix será possível “capturar as texturas, geometria, iluminação e câmeras graças a um inovador D3D9 Runtime chamado RTX Remix Runtime.” Na prática, isso significa que a placa de vídeo ficará responsável por interceptar as chamadas, interpretá-las em assets distintos e recriar a cena com texturas mais bonitas e um sistema de iluminação que seria impossível na época em que o jogo foi lançado. E acredite, não é feitiçaria, é tecnologia!

RTX Remix

Crédito: Divulgação/Nvidia

Porém, sabemos que a dedicação para criar modificações para jogos é algo que poucos possuem e é aí que entra outra vantagem do RTX Remix. Como ele está sendo construído no que a empresa chama de Omniverse, os jogos USD poderão ser facilmente compartilhados com a comunidade, além da colaboração entre os modders ser facilitado por ela acontecer em tempo real e pela compatibilidade com programas como Maya, Blender, Adobe Substance e a Unreal Engine.

Mas se toda essa ladainha tecnológica não é suficiente para chamar sua atenção, talvez o que a Nvidia mostrou durante a apresentação do RTX Remix consiga te convencer. Para começar, eles pegaram um jogo lançado há 20 anos e mostraram como esse tapa no visual pode fazer com que um clássico pareça muito mais interessante.

Usando a inteligência artificial para simplificar e acelerar o processo de remasterização, assim como o talento de artistas, eles fizeram com que o The Elder Scrolls III: Morrowind ficasse visualmente muito mais próximo dos títulos criados recentemente. Com os objetos e superfícies apresentando muito mais detalhes, o resultado que pode ser visto na imagem abaixo (ou comparado em tempo real aqui) é simplesmente impressionante. Repare como até os pratos passaram a ser um círculo perfeito.

Crédito: Reprodução/Nvidia

Já para quem está interessado apenas em aproveitar as melhorias que os modders criarão, a Nvidia afirma que será preciso apenas baixar a modificação, colocá-la na pasta em que estiver o arquivo executável, rodar o jogo e esperar que o RTX Remix Runtime faça o resto. Além disso, o título ainda se beneficiará do DLSS 3 (apenas para as placas da série 40), que aumentará a taxa de frames e do Nvidia Reflex, que reduz a latência.

Também é importante dizer que cada modificação feita com a nova ferramenta nos dará acesso a um editor, onde o jogador poderá alterar as propriedades dos materiais, personalizar a intensidade da iluminação, adicionar neblina ou ativar efeitos de pós-processamento, como bloom e motion blur.

Por fim, a Nvidia ainda aproveitou outro excelente jogo para mostrar as maravilhas proporcionadas pelo ray tracing. Com previsão de lançamento para novembro de 2022, Portal with RTX será disponibilizado gratuitamente para todos que possuem o jogo da Valve e novamente, as melhorias visuais impressionam.

Neste caso, o que mais chama atenção é a maneira como a luz se comporta em relação aos portais, numa demonstração de como os gráficos evoluíram desde que o jogo foi lançado, há 15 anos. Para quem possui uma placa de vídeo compatível com ray tracing, revisitar a mistura de puzzle com FPS deverá ser uma oportunidade imperdível.

A expectativa agora é saber quais títulos serão compatíveis com o RTX Remix e o que poderá ser feito com a ferramenta. Se tudo for tão simples quanto a Nvidia está divulgando, muitos jogos antigos ganharão uma bela sobrevida nos próximos meses ou anos, dando origem a remasterizações que certamente nunca seriam produzidas por aqueles que possuem os direitos sobre as marcas.

Se pudesse escolher, eu adoraria ver o ray tracing sendo implementado em jogos que ainda me divertem muito, como um Company of Heroes, Left 4 Dead 2, Baldur's Gate ou Euro Truck Simulator 2. Porém, acredito que tal melhoria seria muito bem-vinda em qualquer título, inclusive me fazendo voltar a ter interesse por aqueles que deixei de lado há muitos anos.

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