Ronaldo Gogoni 3 anos atrás
A União Europeia segue com sua promessa de pegar pesado com as gigantes de tecnologia: neste domingo (12) uma nova regulação entrou em vigor, desta vez visando proteger desenvolvedores de apps e jogos para celulares, impondo uma série de limites nas lojas digitais da Apple e do Google, desde o tratamento dado a empresas à remoção de softwares.
As novas regras estabelecidas pelo Parlamento seguem recomendação sugerida pela Comissão Europeia, novamente na pessoa da inflexível comissária Margrethe Vestager, e já estão valendo em todo o bloco europeu; o documento é bastante extenso e possui uma série de termos em juridiquês, mas alguns pontos são bem claros.
A rigor, as lojas de aplicativos para celulares da Apple, Google, Amazon, Samsung, ASUS e etc. são consideradas pela União Europeia "marketplaces", um meio que intermedeia a aquisição de um software oferecido por um desenvolvedor, de modo simplificado pelo ussuário.
Por outro lado, serviços de assinatura como o Xbox Game Pass e Apple Arcade, ou mesmo lojas digitais de consoles como a PlayStation Store, a Microsoft Store e a Nintendo Game Store escapam da legislação (por enquanto), por serem consideradas lojas de facto, sendo as responsáveis diretas pela negociação de compra. Há dúvidas se serviços como o Steam e similares se enquadrariam, um ponto que a Comissão Europeia deverá esclarecer no futuro.
A grosso modo, a regulação protege os direitos dos estúdios e desenvolvedores europeus de tratamentos à revelia das lojas, em casos onde os termos e condições são impostos de forma unilateral pelas mesmas, sem direito a negociação; até então, desenvolvedores poderiam ser punidos ou ter seus produtos removidos sem direito à contestação, ou com falta de detalhes acerca dos motivos.
Os principais artigos estipulados pela regulação da União Europeia abordam os seguintes campos:
O jogo vencedor do BAFTA My Child Lebensborn, da Sarepta Studio, foi banido da Google Play Store em 2019 na Alemanha, França, Rússia e Áustria por "conter conteúdos sensíveis"
A princípio, a nova regulação vale apenas para produtos europeus distribuídos dentro do continente, e não se aplicaria para produtos oriundos do bloco distribuídos em outros mercados, que possuem suas próprias regras e leis que devem ser observadas pelos desenvolvedores.
Ainda assim, é certo que tanto a Apple quanto o Google, bem como outras lojas digitais contestem a decisão da União Europeia, o que pode se tornar capítulo da guerra entre a UE e as gigantes tech, em especial as sediadas nos Estados Unidos, alvos preferenciais da comissária Vestager desde sempre.
Com informações: GamesIndustry.