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Jurassic Bark: Filhote de 18000 anos encontrado perfeitamente preservado

Dizem que a Vida imita a Arte. Dessa vez imitou arte que faz chorar. Jurassic Bark, o episódio do cachorro em Futurama se tornou realidade, ou quase.

4 anos atrás

Futurama para quem não conhece parece só uma série derivada d´Os Simpsons, com aquele traço estranho e um robô idiota, mas na verdade é uma das melhores animações dos últimos 30 anos, com evolução de personagens, discussões filosóficas e episódios memoráveis como Jurassic Bark, que agora a Vida resolveu imitar.

No episódio Fry está visitando um museu sobre o Século XX, quando descobre um cachorro fossilizado. Imediatamente ele reconhece como Seymour, seu cachorro de estimação. Fry adorava Seymour, e a última vez que se viram foi quando Fry foi entregar pizzas na empresa de criogenia, quando sofreu um acidente e ficou congelado por mil anos.

Depois que Fry conseguiu ficar com o corpo de Seymour, o Professor informa que tem tecnologia para ressuscitá-lo. Algumas aventuras depois, incluindo Bender por ciúme tentar destruir Seymour, Fry muda de idéia ao descobrir que Seymour viveu até os 15 anos, e deve ter encontrado um novo dono e levado uma vida feliz.

No final do episódio é mostrado o que aconteceu realmente: Depois de Fry ter dito para Seymour esperar sua volta, Fry foi embora para sempre, mas Seymour continuou na frente da pizzaria Panucci, esperando, e esperando. O tempo foi passando, e depois de 12 anos, Seymour se deitou e fechou os olhos pela última vez.

Primeiro, peço desculpas a todo mundo que viu o episódio por relembrar. Segundo, calma que piora.

Nossa história agora se muda para a Sibéria, uma região onde se encontra Permafrost, um nome bonito pra solo congelado, que em português ninguém chama de... Pergelissolo. Permafrost é excelente como um freezer natural, preservando de forma incrível espécimes que em outros terrenos. É comum encontrarem mamutes, ursos e outros animais, em alguns casos raros temos espécimes como Lyuba, uma mamutinha de uns 40 dias de idade, encontrada em 2007:

É difícil de acreditar, mas Lyuba tem 41 mil anos.

A maioria desses animais são encontrados por acaso, por fazendeiros, caçadores. A Sibéria é simplesmente grande, inóspita e desolada demais para ser explorada de forma consistente, mas algumas vezes os cientistas dão sorte.

Foi o caso de uma expedição promovida pelo Centro de Paleogenética, uma colaboração entre a Universidade de Estocolmo e o Museu de História Natural da Suécia. Durante pesquisas em Yakutsk, na Rússia, eles encontraram algo diferente: Um filhotinho de lobo ou cachorro, com 18 mil anos de idade, mas que só viveu por dois meses. 🙁

Batizado de Dogor, que significa "amigo" no idioma local, dependendo do ângulo o filhotinho parece estar apenas dormindo. Ele tem tecidos moles, dentes e gengivas:

Quando os cientistas foram tentar identificar se Dogor era um cachorro ou um lobo, a surpresa: Não conseguiram. Normalmente esse tipo de identificação via DNA é simples, mesmo em amostras antigas. Normalmente DNA tem uma meia-via de 521 anos (sim, Jurassic Park é impossível, desculpe), mas as condições do permafrost estendem consideravelmente esse limite.

O problema é que os resultados vieram inconclusivos.

Originalmente cachorros e lobos divergiram geneticamente entre 15000 e 40000 anos atrás, quando começaram a longa amizade com o Homem, que com certeza continuará no futuro. Dogor parece ser um intermediário, um elo perdido fofinho.

Em teoria seria possível clonar Dogor e produzir um filhote idêntico, mas isso custaria muito mais que os meros US$50 mil cobrados para clonar um cachorro ou gato modernos, com DNA inteiro e dentro do prazo de validade.

Por outro lado talvez seja crueldade trazer ao mundo uma criatura única, de outro tempo, que nunca irá conviver com outro de sua espécie, apenas para saciar nossa curiosidade.

Fonte: CNN

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