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Empresa apresenta protótipo de Robocop, mas não se anime

5 anos atrás

A idéia de usar robôs para segurança pública não é de hoje, é uma das tropes mais antigas da ficção científica, muito antes de Star Wars robôs já povoavam a imaginação dos autores e fãs. A postura dos robôs varia de acordo com o autor, claro. Podemos ter os robôs benignos de Asimov aos Sentinelas de Matrix. O importante é que robôs existem para cumprir tarefas muito tediosas ou perigosas para o ser humano comum.

E esse é o ponto. A profissão de policial é perigosa, exceto em países com IDH superiores ao de Wakanda. Achamos que é complicado para policiais brasileiros, que tem que enfrentar traficantes armados com o melhor que o dinheiro pode comprar, usando armas obsoletas como uma metralhadora Madsen, que entrou em serviço em 1902.

A idéia de proteger policiais nessas situações é nobre, mas o caminho pro Inferno está pavimentado de boas intenções. Uma dessas é a proposta da SRI International, que quer resolver o problema com uma extensão robótica que evitaria que o policial tivesse que sair e interagir pessoalmente com o suspeito. Problema: Só funciona em cenários absolutamente ideais, veja:

Nas imortais e sábias palavras do Cruzado Embuçado, "Se eu tivesse uma semana não conseguiria listar todos os motivos pelos quais isso não vai dar certo.

Não digo nem pelo formato, claro que é ilegal trafegar com um troço pendurado na lateral do carro, eles planejam um braço robótico preso na frente da viatura, que vai poder abordar os dois lados do carro, mas mesmo assim.

Pense no tempo de operação, na dificuldades das pessoas em sequer entenderem como funciona o negócio. Agora imagine esse monte de peças delicadas sendo sacolejado percorrendo centenas de Km todos os dias preso a um carro.

Chuva e neve também são problema. Vai ser tudo à prova d´água?

Caso o motorista suspeito não seja cooperativo, e decida fugir (com UM pneu furado, aquela barra de pregos só vai fazer isso) o policial vai ter que esperar uma eternidade até o robô ser recolhido para começar a perseguição. Caso o motorista saia atirando, o policial estará dentro do carro, sem poder sair a tempo.

Vou contar um segredo: Carros só páram balas em filmes, no resto do tempo são como papel-alumínio. Um policial que está fora do carro tem muito mais chances de se defender e se movimentar para não ser atingido. Poucos departamentos de polícia blindam as portas com Kevlar, e ZERO usam vidros à prova de balas, que deixariam os carros extremamente pesados e as janelas impossíveis de abrir.

Sendo realista o único robô-policial que funcionaria para proteger um humano em uma abordagem a veículo é o ED-209, mas teria que ser levado numa carretinha, e matar todo mundo em 25% das vezes também é um bug que teria que ser corrigido.

 

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