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NASA descobre que astronautas são tão espertos quanto ratos (ou algo assim)

5 anos atrás

Hoje achamos natural até astronautas flutuando (ok, tecnicamente caindo) no espaço, mas nos primórdios, pré-Gagarin ninguém sabia se seria realmente assim. havia todo tipo de especulação sobre o que aconteceria com um ser vivo no espaço.

Alguns cientistas achavam que qualquer ser vivo morreria imediatamente, pois o corpo não conseguiria bombear sangue sem gravidade. Outros achavam que os pulmões se encheriam de líquido. Como o estado de imponderabilidade, ou microgravidade é basicamente queda livre, havia quem achasse que as pessoas enlouqueceriam com a sensação de estar caindo eternamente.

Os mais otimistas achavam que sem a gravidade a comida no estômago ficaria flutuando, causando enjôo, gastrite e vômito incontrolável.

Foram feitos experimentos cautelosos com animais mas nenhum ficou solto, e convenhamos é complicado entrevistar um hamster para determinar como ele se sentiu no espaço. Os testes com o Cometa-Vômito (e seu equivalente soviético) foram inconclusivos, muita gente passava mal, mas se acostumava.

Testes foram feitos inclusive com gatos, que tem um ótimo reflexo de cair nas quatro patas, reflexo esse que foi completamente zoneado nos testes dos americanos...

E dos soviéticos.

 

Com os vôos orbitais para alívio de todo mundo os astronautas sobreviveram, com alguns efeitos colaterais. As extremidades do corpo tendem a ficar inchadas, e sem a gravidade puxando o sangue para baixo, junto com outros fluídos, o cidadão fica o tempo todo meio congestionado, por isso inclusive astronautas gostam de comida bem condimentada. É o jeito de sentir gosto de alguma coisa.

Os testes, claro, continuam até hoje, e uma dúvida é se outras espécies conseguem se adaptar tão bem ao ambiente de microgravidade. A NASA fez experimentos com ratos que não só mostraram uma incrível capacidade de adaptação, como parecem estar legitimamente gostando da microgravidade.

Parte do objetivo dos testes era descobrir se poderiam manter ratos em missões de longa duração, para estudar outros efeitos fisiológicos da microgravidade, eficiência de medicamentos, etc. Se o ratinho coitado tivesse um treco com cinco dias no espaço, seria inútil como cobaia.

No vídeo divulgado pela NASA nos primeiros dias os ratos ainda estão aprendendo a usar suas patas espaciais, mas logo aprender a andar usando as garras como ganchos, e no final de 11 dias a desorientação espacial é zero, com direito a transformarem a pequena jaula em uma pista de corridas:

Isso imediatamente lembrou uma cena famosa na História Espacial: Em 1973 os Estados Unidos lançaram sua primeira estação espacial, o Skylab, este bicho aqui:

Ele só foi ocupado por 171 dias, em três missões num total de nove astronautas, no final reentrou na atmosfera terrestre descontrolado em 1979, atingindo o deserto da Austrália (o que nem é difícil) o que resultou numa multa de US$400,00 por sujar as vias públicas (a NASA não pagou.

Nesse meio-tempo muito foi aprendido sobre a permanência de humanos no espaço por longos períodos de tempo, mas uma das cenas mais icônicas aconteceu por acaso.

Como o Skylab era enorme (basicamente um terceiro estágio de um Saturno V adaptado) havia espaço para sessões de ginástica espacial como esta feita por Alan Bean:

Logo os astronautas começaram a experimentar mais ainda com o ambiente, e descobriram que a Física estava do seu lado, e usando a boa e velha força centrífuga, conseguiam usar o anel de armários do Skylab como pista de corrida.

Igual aos ratos aprenderam.

E não, não passou longe de ninguém a semelhança entre os astronautas no SkyLab e a centrífuga em 2001: Uma Odisséia no Espaço, a NASA inclusive quando mostrou pela primeira vez as imagens usou como trilha Assim Falava Zaratustra, tema do filme de Stanley Kubrick e Arthur Clarke.

Quanto aos ratos, não tem final feliz, no final da missão eles serão eutanasiados e enviados de volta pra Terra para estudos.

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