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Qual é a desse Galaxy S10+?

Custa bastante e tem bons números. Vale a pena?

5 anos atrás

Eu passei os últimos 30 dias utilizando um Galaxy S10+ de 128 GB, com o objetivo de fazer um review. Problema é que reviews são tão repetitivos e chatos, então resolvi relatar meu mês com o aparelho - tem um micro review aqui dentro, vai. Então vamos lá pra uma ideia que pode virar padrão neste tipo de conteúdo, que é tipo um review sem ser um review. Qualé a desse Galaxy S10+? Vale a pena? Vem comigo que te explico.

Primeiro contato

O Galaxy S10+ é o smartphone mais caro que você pode comprar quando não quer um iPhone, ponto final. Partindo deste pensamento, eu acredito que quem compra vai querer passar ao menos dois anos com o celular, pra cobrir as 12 parcelas no cartão (seria meu caso). Hoje, no dia da publicação deste artigo, ele custa R$ 4,9 mil no varejo - evite ao máximo comprar na operadora, que dá descontos de uns 15% ou 20% e destroem por completo a experiência de uso, mas eu explico isso em outro post.

Com a caixa em mãos você tem o aparelho, fones de ouvido bonitinhos e que jamais serão colocados da mesma forma na caixa, cabo USB, carregador competente e que é dos rápidos, junto com dois adaptadores que podem fazer aquele mundo de coisas microUSB funcionarem. Um deles transforma porta USB-C do S10+ em uma microUSB, a outra faz o USB-C virar uma entrada USB tradicional e isso é útil até pros PCs com este tipo de conexão.

O smartphone é grande. É muito maior do que a minha mão de gordo com menos de um metro e sessenta e oito de altura. O modelo que testei é europeu e aparentemente não acompanha uma capinha, mas o brasileiro vem com uma capa protetora da mais simples. Uma de silicone transparente, mas que serve até quando você juntar mais uns R$ 15 e comprar uma colorida do Capitão América ou da Dora Aventureira.

A tela tem um filtro que faz a parte interna, onde tem a imagem, mesclar com a externa quando ela está desligada. É ligar e PAH! Que tela enorme.

E essa tela hein?!

O mundo amou o notch do iPhone X. Sim, eu sei que o notch do Essential Phone veio primeiro, mas a imensa maioria dos Androids (Asus, Huawei, Motorola, LG, OnePlus, Xiaomi...) copiou descaradamente o da Apple e não o visual de verruga do Essential. Ao menos a Samsung não amou tanto assim, criando uma tela que tem um furo no lado direito e que consegue ser esquecido com mais facilidade.

Curti. Não há sensores extras como no iPhone, então a empresa não precisa imitar o formato e tamanho. Só tem a câmera e ela está lá, ocupando o lugar dela e nada além disso. O que chamou atenção é que o falante frontal está espremido e nem aparece quando você olha direito. Mesmo com um componente quase que esmagado pela tela e pelo fim do S10+, ele funciona bem e trabalha em conjunto com o de baixo pra fazer som estéreo. Funciona, mas utilize fones de ouvido no ônibus, tá?

A borda inferior da tela é fina, a de cima é ainda mais fina, só que praticamente nenhum vídeo vai chegar até lá. Apps e jogos vão, mas felizmente sem ocupar algo que é interativo, já que a interface da Samsung força toda a linha onde está o notch para “área de notificações” e nenhum botão vai pra lá.

Falar que a qualidade da tela da deste smartphone é ótima é chover no molhado. Você está pagando o maior preço possível em um Android e, com isso, espera o melhor do mercado e é o que existe aqui. O AMOLED agora tem nome de Dynamic AMOLED, que emite menos luz que atrapalha seu sono e continua com leitura sem qualquer problema, mesmo com o sol da Terra plana no centro do domo.

A parte de não atrapalhar o sono é relativa. Não senti diferença alguma, meu sono não foi melhor, maior ou de qualidade superior simplesmente pela tela do celular. Foi igual. Talvez com o smartphone por um ano na mão a coisa mude e isso é algo que seria interessante de averiguar...mas a vida de verdade é cruel e o S10+ já foi devolvido pra Samsung.

Fechando os comentários sobre a tela, a Samsung colocou o leitor de impressões digitais dentro dela. Fica numa área onde já ficava até o Galaxy S7 e não é tão veloz quanto o que existia até o S9. Por outro lado ele é mais seguro e captura mais informações da sua biometria, indo além do que apenas registrar o desenho da digital. Como o sensor utiliza ondas de som, ele detecta a geometria e até os poros do dedo.

A velocidade que perde é coisa de um terço de segundo a mais do que antes, mas o que realmente me incomodou é o fato de não existir uma área com resposta tátil pra saber se o dedo está corretamente posicionado. Com o tempo eu fui errando menos, mas em muitos momentos eu tentei desbloquear a tela com o Galaxy S10+ de cabeça pra baixo.

Voltando pro corpo do celular: se você não vai utilizar alguma capa de proteção, tome nota no calombo das câmeras traseiras. Ele raspa em qualquer superfície lisa e na madeira que tem na minha mesa a coisa foi tensa. Era cada som de alumínio arranhando que me dava calafrios até na pálpebra esquerda. Esse treco vai arranhar, seja a mesa ou a lente, então é inteligente utilizar uma capa que vai acabar com todo o design bonitão e também vai proteger o conjunto.

Por dentro, alguns pontos ajudam

Falei que ele é enorme, né? Pra evitar problemas pra alcançar áreas da interface, a Samsung colocou a One UI (nome que ela dá pra alteração do Android que utiliza) de forma que faz a interface ficar mais pra baixo, ao menos nas configurações e alguns aplicativos da própria empresa.

A imensa maioria dos apps que você vai utilizar em algum momento não pensa assim e exemplos são comuns, como os ícones de navegação do Facebook que estão lá pra cima, os stories do Instagram que também estão lá, ou a barra de busca do Google Maps. Minha mão sempre reclama e se forço a utilização com só uma, certamente é só um vento mais forte aparecer e o Galaxy S10+ vai pro chão.

Olhando em desempenho e hardware, não dá pra reclamar de nada. Mesmo sem o Snapdragon 855 que foi pros Estados Unidos, o Brasil ficou com um Exynos muito competente e que faz dezenas de apps abertos ao mesmo tempo não atrapalharem o conjunto da obra. Nada trava, nada dá medo pra memória RAM de 8 GB e pode ter certeza que esse desempenho deve durar ao menos um ano inteiro. O Android tem o costume de perder isso durante o tempo, então não dá pra saber se acontecerá aqui sem utilizar o celular por, no mínimo, dois anos.

O Android 9 Pie que está aqui mostra algumas funções interessantes, como botões de atalho da área de notificações mais claros e novo multitarefa, que te dá menos visão sobre o total de apps abertos, mas dá mais detalhes sobre cada um deles - o visual é quase que o mesmo do iOS. Funciona e dá até pra tirar os botões e trabalhar com gestos, coisa que curti por ganhar alguns pixels extras de área útil na tela.

Bixby, você ainda está aqui?

É, ela está. A Samsung promete que colocará a assistente entendendo português brasileiro desde o lançamento do Galaxy S8 e nada até agora. Nem uma gota de esperança está mais por aqui e ela só importa pra quem tem muita coisa nova e cara da Samsung em casa, já que ela faz parte deste ecossistema. É complicado ver todas as concorrentes da Bixby entrando ou já dentro do Brasil de forma correta, enquanto ela ainda pouco ajuda.

O Google Assistente fala português, a Cortana também, a Siri faz isso há anos e até a Alexa começou a ser testada pela Amazon no Brasil. Já a Bixby...

Ao menos dá pra trocar a função do botão físico que chama a Bixby. A Samsung foi esperta (infelizmente) e impede que o Google Assistente seja aberto com ele, mas libera qualquer outro app. Eu configurei para abrir a Play Store, o que me fez tirar um botão da tela inicial - sim, sou desses que deixa a tela inicial limpa.

Fotos com três olhos

O Galaxy S10+ tem três câmeras na parte traseira (sim, TRÊS!). A escolha anterior era de duas e uma delas com abertura variável, indo para f/1.5 ou f/2.4. Este cenário ainda existe no S10+ e a resolução continua em 12 megapixels, com o mesmo tamanho de sensor e configuração de lentes, mudando somente na terceira lente e que trabalha com ângulo aberto parecido com uma GoPro.

Eu realmente amei esta última lente e trocaria a segunda por ela facilmente - eu nunca usei a de aproximação, que é a secundária. Ela cria uma forma diferente de composição de cena, que facilmente pode incluir seu dedo na imagem final. Comigo aconteceu em um número muito grande de vezes.

Foto com lente tradicional

Foto com lente de ângulo mais aberto

Num resumo maneiro: O S10+ faz fotos incríveis de dia, melhores com ângulo gigantesco, além de ótimas fotos de noite e com quase nenhum granulado, o que você precisa agradecer ao f/1.5 por deixar entrar TANTA LUZ. Tem um modo de Instagram que ajusta conteúdo pra rede social, mas não resolve problemas crônicos do Instagram no Android, como compressão que acaba com a qualidade dos vídeos ou fluidez inferior ao que o iOS tem. Valeu pela tentativa.

Ou seja, o Android mais caro do mercado certamente tem a melhor câmera de um smartphone com este sistema operacional e que é vendido de forma oficial no Brasil - calma, a Huawei ainda não chegou oficialmente por aqui com os P30.

Junta tudo e faz jus?

Faz. Se o céu de custos não é um limite pra você, o Galaxy S10+ tem o melhor que o Android pode te entregar no primeiro semestre de 2019. Ele é o mais veloz que existe no Brasil, o que tira as melhores fotos, que tem mais armazenamento (pode ter até 1 TB de espaço!) e só peca em ainda não ter a Bixby conversando em português e por não utilizar o eSIM, que é o chip eletrônico e que já está nos iPhones XS, XS Max, XR e nos Pixel 2 e 3. É uma perfumaria e que não altera em nada a vida do usuário, mas….hey, estamos falando do Android mais caro e completo do Brasil! O que custa querer tudo?

Se a grana tá apertada e a pressa não existe, eu te aconselho a esperar uns meses e o preço cai. O modelo que testei (128 GB + 8 GB de RAM) foi lançado por R$ 5,6 mil no começo de abril e pouco mais de 15 dias depois, já aparece por R$ 4.949 em pagamento à vista. Espera chegar na Black Friday e esse preço estará ainda menor, certeza!

Se você tá na neura por um Galaxy recente e não dá pra esperar, aconselho fortemente o S9+. Ele tem basicamente tudo que o S10+ tem, só que perde a lente de ângulo enorme e a tela com leitor de impressões digitais. Hoje ele já é facilmente encontrado por R$ 2,8 mil para pagamento à vista. Uma ótima compra.

Sentiu falta de especificações e mais detalhes? Então toma.

Especificações técnicas - Galaxy S10+

  • Tela: Dynamic AMOLED de 6,4 polegadas com resolução de 3040x1440 pixels (522 pixels por polegada) e certificação HDR10+.
  • Processador: octa-core Samsung Exynos 9820 de 2,73 GHz;
  • Memória interna: 128 GB;
  • Memória externa: suporte a cartão microSD de até 512 GB;
  • Memória RAM: 8 GB LPDDR4X;
  • GPU: Mali-G76 MP12;
  • Câmeras frontais:
    • Principal: 10 megapixels f/1,9 com campo de visão de 80 graus;
    • Deteção de profundidade: 8 megapixels f/2,2 com campo de visão de 90 graus;
  • Câmeras traseiras:
    • Principal: 12 megapixels f/1,5-2,4 com estabilização óptica de imagem e campo de visão de 77 graus;
    • Telefoto: 12 megapixels f/2,4 com estabilização óptica de imagem e campo de visão de 45 graus;
    • Ultrawide: 16 megapixels f/2,2 e campo de visão de 123 graus;
  • Conectividade: 3G, 4G (LTE Categoria 20), Wi-Fi 802.11a/b/g/n/ac/ax, GPS, Galileo, Glonass, BeiDou, Bluetooth 5.0, ANT+, USB-C, NFC, MST;
  • Dimensões: 157,6x74,1x7,8 mm;
  • Bateria: 4.100 mAh;
  • Peso: 175 gramas;
  • Plataforma: Android 9.0 Pie;
  • Sensores: acelerômetro, bússola, proximidade, luminosidade, giroscópio, leitor de impressões digitais ultrassônico, batimentos cardíacos;

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