Dori Prata 4 anos atrás
O mercado de jogos mobile se tornou algo tão grande, que algumas empresas tradicionais passaram a apostar pesado na criação de títulos que visam conquistar quem joga em tablets e/ou smartphones. Quando bem sucedido, jogos para essas plataformas podem faturar dezenas, até centenas de milhões anualmente e por isso não é de se estranhar tantas companhias tentando conquistar uma fatia deste bolo.
Uma que relutou bastante para entrar nesta festa foi a Nintendo e por se tratar de uma empresa com tantas marcas adoradas, a expectativa era de que o mobile se tornaria uma nova mina de ouro para a Casa do Mario. O detalhe é que de acordo com uma pessoa ouvida pelo The Wall Street Journal, não é no dinheiro que a BigN estaria interessada primariamente quando se trata deste mercado.
Enxergando no mobile uma ótima oportunidade para tornar suas franquias ainda mais populares, na verdade a Nintendo estaria preocupada em passar aos consumidores uma imagem de gananciosa e por isso eles teriam pedido a seus parceiros, entre eles a DeNA e Cygames, para que ajustasse os games para que os jogadores não tenham que gastar muito neles.
“A Nintendo não está interessada em fazer uma grande quantidade de dinheiro com um único jogo para smartphone,” afirmou um funcionário da Cygames. “Se gerenciássemos o jogo por conta própria, poderíamos ter feito muito mais [dinheiro].”
O pedido feito pela Nintendo aconteceu depois das reclamações dos jogadores em relação a maneira como personagens raros eram obtidos no jogo desenvolvido pela Cygames, o Dragalia Lost. Distribuído gratuitamente para dispositivos Android e iOS, o jogo de aventura conta com microtransações para obter lucro e da maneira como o funcionário falou, parece que o pessoal por lá não gostou muito da postura da BigN.
Isso fica ainda mais claro quando sabemos que pela primeira vez em 17 anos a CyberAgent, empresa que controla a desenvolvedora, se viu obrigada a reduzir sua previsão de lucro e o motivo para isso seria justamente a baixa arrecadação-por-jogador oriunda do Dragalia Lost. O detalhe é que mesmo assim o título teria faturado US$ 75 milhões desde o seu lançamento em setembro passado, superando inclusive tudo o que Super Mario Run e o Animal Crossing: Pocket Camp conseguiram em todo os seus ciclos de vida.
No entanto, essa tentativa da Nintendo de passar uma imagem melhor não significa que a empresa não esteja interessada em colocar mais dinheiro em seus cofres explorando o mercado mobile. Além do Dr. Mario World previsto para o nosso próximo inverno e do Mario Kart Tour, rumores dão conta de que é apenas uma questão de tempo até que a franquia The Legend of Zelda também apareça nos smartphones e tablets.
Recentemente o presidente ainda disse que o plano da companhia é expandir o seu portfólio no mobile até que eles cheguem a faturar 100 bilhões de ienes por ano, o que daria cerca de US$ 910 milhões. O número pode parecer muito alto, mas se considerarmos que um Candy Crush Saga faturou US$ 1,5 bilhão em 2018 e que só nos Estados Unidos o Pokémon GO registrou US$ 262 milhões no ano passado, a expectativa do executivo não parece tão absurda.