Emanuel Laguna 5 anos atrás
O ano de 2018 começou bem para a Nintendo, mas poderia ter sido bem melhor. A japonesa divulgou o desempenho financeiro no quarto trimestre fiscal de 2017 (Q4 FY 2017) e, embora o resultado tenha sido maravilhoso, teve um único quesito pouco abaixo das expectativas.
Sem mais delongas, os números da empresa em si: o relatório financeiro do Q4 FY 2017 aponta que a Nintendo teve lucro bruto de 77,24 bilhões de ienes (706,44 milhões de dólares) graças a ¥ 198,67 bilhões (US$ 1,82 bilhão) em receita. O lucro operacional entre os meses de janeiro a março de 2018 foi de impressionantes ¥ 21,1 bilhões (ou US$ 192,94 milhões).
Parece pouco, né? E é: estamos a falar dos três primeiros meses do ano civil de 2018, período relativamente fraco em vendas.
Shuntaro Furukawa, com 46 anos, substituirá Tatsumi Kimishima, 68, na presidência da Nintendo (crédito: Bloomberg)
Para efeito de comparação, o trimestre anterior (Q3 FY 2017) teve o seguinte resultado: lucro bruto de ¥ 182,59 bilhões (US$ 1,67 bilhão), receita de 482,97 bilhões de ienes (4,42 bilhões de dólares) com lucro operacional de ¥ 116,50 bilhões (US$ 1,07 bilhão). Só que ao compararmos com o quarto trimestre fiscal de 2016 (Q4 FY 2016, janeiro a março de 2017) temos o impressionante aumento trimestral de 592,28% sobre o lucro operacional (de ¥ 3,05 bilhões para 21,1 bilhões de ienes), que é o número mais importante de todos os citados.
E como foi o ano fiscal de 2017 para a Nintendo?
Bom, a Nintendo teve receita total de ¥ 1,06 trilhão (US$ 9,66 bilhões), alta de 115,84% em relação ao ano fiscal de 2016. O lucro bruto total somou 403,54 bilhões de ienes (ou 3,69 bilhões de dólares), alta anual de 102,89%. E o lucro operacional anual aumentou 504,7% ao totalizar ¥ 177,56 bilhões (US$ 1,62 bilhão) entre os meses de abril de 2017 a março de 2018.
Traduzindo: com o Switch, a Nintendo voltou a ter desempenho financeiro semelhante aos tempos áureos do velho Wii. Maravilhosos números!
A não ser que a Nintendo resolva voltar com o Wii U, esta será a última vez que o citarei nas vendas (crédito: Nintendo)
Entre os meses de janeiro e março de 2018 o Switch vendeu 2,93 milhões de unidades pelo mundo civilizado. Uma média de quase um milhão de unidades mensais, em período fraco de vendas. Como a Nintendo confirmou a venda mundial de 14,86 milhões de consoles até dezembro de 2017, somando tudo tivemos, até o final do ano fiscal de 2017, uma base instalada de 17,79 milhões de consoles Nintendo Switch.
E esse foi o único quesito abaixo das expectativas: a japonesa tinha como meta mais recente terminar o ano fiscal de 2017 com 18 milhões de unidades vendidas. Provavelmente não conseguiu produzir console a tempo para atender a tamanha demanda. Acontece com quem faz muito sucesso.
Quanto aos jogos, Super Mario Odyssey ultrapassou a barreira de 10 milhões de cópias vendidas e Kirby Star Allies vendeu 1,26 milhão de cópias (físicas e digitais) em apenas 16 dias. Confira o ranking dos jogos Nintendo no Switch:
Já temos nove jogos da Nintendo batendo o milhão de cópias no Switch. E olha que a japonesa não contabiliza as vendas do Pokkén Tournament DX, distribuído pela The Pokémon Company no arquipélago.
Mario Kart 8 Deluxe em menos de um ano ultrapassou por quase um milhão de cópias as vendas de três anos do Mario Kart 8 no Wii U (8,4 milhões). Somando as versões Wii U e Switch de Zelda: Breath of the Wild, temos o jogo mais vendido da franquia The Legend of Zelda com 10 milhões de cópias. Feito histórico!
Tenho curiosidade sobre o desempenho comercial dos jogos de outras grandes editoras, como a Bethesda. Ela diz que está satisfeita com o console mas aparentemente nenhum jogo publicado no Switch chegou à marca do milhão de cópias até o momento. Se não me engano, das thirds somente a Ubisoft conseguiu ultrapassar o milhão de cópias com o Mario + Rabbids: Kingdom Battle.
Enfim, agora a meta é vender mais 20 milhões de consoles Nintendo Switch no próximo ano fiscal, entre abril de 2018 e março de 2019. O tio Laguna acha que a Big N vai chegar perto, isso se ela conseguir produzir consoles o suficiente. Agora é esperar uma versão atualizada do console híbrido, algo que será necessário para conter possível pirataria por conta das brechas de segurança.
Fontes: Bloomberg, Nintendo Life e Venture Beat.
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