Carlos Cardoso 5 anos atrás
A China e a Rússia tinham algumas vantagens sobre os EUA. Como suas bases de lançamento são remotas e longe dos olhos dos inimigos, e havia controle sobre a mídia, lançamentos de satélites eram inesperados. Já os EUA, com suas bases perto de comunidades populosas, qualquer lançamento era avisado com antecedência e espiado por olhos curiosos de agentes inimigos, que nem se davam ao trabalho de telegrafar para Moscou: o lançamento apareceria no noticiário.
O que sempre foi secreto nos EUA eram as cargas. O Ônibus Espacial subiu algumas vezes em missões que não são comentadas até hoje, e mesmo quando é dado o nome do satélite e sua função, as informações se limitam a isso. No caso do NRO — National Reconnaissance Office, a agência responsável pelos satélites-espiões dos EUA (ok, pela maioria deles) o objetivo da missão é sugerido nos emblemas, uma brincadeira que virou tradição.
A missão que o Falcon 9 da SpaceX vai lançar hoje, 23 h (horário de Brasília) é bem mais secreta que isso.
O que se sabe: o ZUMA (codinome da missão) será lançado da Flórida em uma órbita inicial de 2.000 km de altitude. O Falcon 9 então irá retornar à base, pousando como é de rotina, por mais que só eles no mundo façam isso.
Qual a missão do satélite? Ninguém sabe. Mais ainda: o lançamento como um todo só foi revelado em outubro de 2017, até então vinha correndo 100% em sigilo. E outra: não foi divulgada sequer a agência do governo que contratou o lançamento. Pode ser a NSA, a CIA, a Força Aérea ou até o Departamento de Parques e Recreação da Prefeitura de Pawnee, Indiana.
A transmissão será cortada do segundo estágio logo após a carenagem ser ejetada, daí em diante não teremos mais informações de telemetria, mas o que nos interessa, o pouso, será transmitido até o fim.
O lançamento do ZUMA será hoje, 20 h horário da Flórida, você pode acompanhar ao vivo aqui: