Ronaldo Gogoni 6 anos atrás
Demorou um bocado mas a HBO enfim liberou o GO, seu serviço de streaming para todos os brasileiros independente da aquisição de um pacote de TV por assinatura: No entanto, você ainda dependerá de um dispositivo móvel para acessar a plataforma (ou uma Apple TV) e o valor da mensalidade é de longe o mais caro dentre os serviços disponíveis no país.
A HBO regulou o GO por anos, não só para atrelar o consumidor interessado em seus conteúdos originais como para mantê-lo como moeda de troca, de modo a não desagradar as operadoras de TV por assinatura do país. Até então quem quisesse fazer uso ddo HBO GO era obrigado a adquirir um plano da Vivo, Claro, Oi, Sky, Net ou similares, assinar o pacote da emissora (que podia ou não ser oferecido à parte) e só então poder curtir suas séries favoritas em qualquer lugar.
Isso agora mudou, mas não muito. A HBO oferece duas formas de aquisição do HBO GO, sendo através das operadoras Vivo e Oi que cobram R$ 29,90 e R$ 34,90 respectivamente por mês ou diretamente, mas aí as coisas complicam um pouco: não é possível acessar o software sem um dispositivo Android, iOS ou uma Apple TV, ao entrar no site oficial ele encaminha o usuário para as lojas digitais do Google e da Apple.
Uma vez baixado o app (iOS, Android) você pode testar o serviço por 30 dias de forma gratuita, mas ao fim da oferta será cobrada automaticamente o valor cheio da assinatura que é o mais alto dentre os concorrentes, R$ 34,90 por mês. A título de comparação a Netflix cobra R$ 27,90 no plano mais razoável (duas telas simultâneas e Full HD) e R$ 37,90 no que dá acesso a 4K e HDR, enquanto o Amazon Prime Video oferece um plano de R$ 7,90 nos seis primeiros meses e R$ 14,90 nos seguintes, independente da qualidade do conteúdo. Feito isso é possível assistir na TV via Chromecast, Apple TV, Android TV ou consoles Xbox.
Claro, a HBO está adotando tal estratégia não só para não desagradar completamente as operadoras como está jogando com a carta do prestígio, ao possuir em seu acervo séries consagradas como Game of Thrones, Westworld, The Sopranos, Rome, Boardwalk Empire e várias outras, que em breve passarão a ser 100% exclusivas; quem quiser praticidade terá que abrir a carteira e morrer em mais alguns bons tostões, solidificando ainda mais a realidade da balcanização: vários serviços com conteúdos espalhados, ou o cliente assina todos (permanente ou sazonalmente) ou apela para a Locadora do Paulo Coelho.
De qualquer forma, o guarda-chuva comum que acolheria todos os filmes e séries que gostamos num só serviço de streaming não passou de um sonho utópico.