Carlos Cardoso 7 anos atrás
Nós adoramos robôs (ouviu, Skynet?) mas a realidade é que eles ainda estão muito, muito em seu início. Sequer na pré-história. Nossos robôs mais bem-sucedidos são aeromodelos ou carrinhos de controle-remoto, robôs industriais apresentam 0 capacidade de adaptação, sequer conseguem identificar quanto um idiota entra na frente de um arco de solda.
Mesmo assim tentamos colocar robôs em nossas vidas, e mesmo em sua primitividade, eles funcionam direitinho. Um dos mais bem-sucedidos é o Roomba:
Esse troço, que parece uma mina terrestre é um robô especializado em ser… aspirador de pó. Ele identifica a planta de sua casa, planeja rotas otimizadas para limpar o chão, sabe evitar escadas e tapetes fofos demais, pode ser programado para funcionar de madrugada e quando fica com pouca energia volta pra estação de recarga.
Ele é perfeito, exceto quando surgem variáveis desconhecidas, e quando essas variáveis são moles pegajosas e cheiram mal.
Foi o que aconteceu com um sujeito chamado Jesse Newton. Ele estranhou quando o filho subiu na cama dos pais 03:00 AM, cheirando a cocô. Uma inspeção rápida e o moleque aparentemente tinha pisado em um presente deixado pelo filhote da casa.
Só que chegando na sala ele percebeu um objeto composto primariamente de cocô, no formato de um robô. Rapidamente ele deduziu que o filhote havia soltado um barro federal no carpete, e o Roomba, não tendo qualquer tipo de sensor para identificar tal presente, passou por cima e recolheu tudo que pôde, incluindo com suas rodas especialmente projetadas para tração:
V'Ger, digo, o Roomba ignorou a bosta e prosseguiu com sua missão, percorrendo toda a casa do pobre Mr Newton, que desenhou um mapa do Caminho do Cocô:
O relato completo é sensacional, e tem final feliz, a loja se ofereceu para trocar o Roomba, que acabou morrendo enquanto era limpo em uma banheira, vale a pena ler e rir.
A parte não-engraçada é que parece ser uma ocorrência comum, vários outros relatos de donos de Roombas e animais de estimação corroboram a idéia de que é meio inevitável encontrar em algum momento rastros de bosta pelo chão, paredes e pernas de móveis.
O fabricante reconhece que é um problema mas, embora seus engenheiros estejam cientes, não há nada nas pranchetas para resolver a situação. Identificar cocô não é algo trivial: com o devido pedido de desculpas a Gene Roddenberry, quem tem bichos (ou filhos pequenos) sabe que bosta existe em infinita diversidade em infinitas combinações, e por enquanto a recomendação é para não misturar bichos e robôs.
Fonte: Guardian.