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SuicideGirls puxa o tapete de “artista” metido a espertinho

“Artista” vendendo fotos do Instagram alheias por uma nota preta é sabotado pelo site SuicideGirls, que cobra uma mísera fração pela mesma obra

9 anos atrás

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Uma constante é que para cada competência existem profissionais e trambiqueiros, pilantras e gente séria. No ramo da arte isso não é exceção. Não estou criticando a arte moderna (se bem que tem considere isso aqui como uma peça artística), mas sim gente safada que passa a mão no trabalho dos outros para fazer dinheiro.

Um dos exemplos mais recentes foi da dupla se salafrários que, copiando o trabalho de Romero Britto na cara dura conseguiram um contrato com a Apple. O artista brasileiro, que é odiado por Deus e o mundo porque faz dinheiro com suas obras processou todo mundo, e com razão.

A bola da vez é um sujeito chamado Richard Prince. Esse dito artista, sabe-se lá por quê se achou no direito de reclamar para si fotos de pessoas que ele segue no Instagram e que deixou comentários tirando screenshots, imprimindo grandes painéis e os pondo à venda por uma nota preta: cada peça custa US$ 90 mil. A defesa da criatura é simples: se está na internet e é compartilhado em público, então qualquer pessoa pode fazer o que quiser com as fotos. Inclusive fazer dinheiro.

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Não é essa a primeira vez que ele faz algo do tipo: Prince é conhecido desde os anos 1970 por pegar trabalhos alheios, fazer modificações (ou nem isso) e vender como se fossem seus. Num desses casos ele foi processado pelo fotógrafo francês Patrick Cariou em 2008 por capitalizar em cima de fotos suas de uma comunidade rastafári jamaicana. Ele ganhou, Prince apelou e conseguiu reverter a sentença, no que o juiz decidiu que “seus trabalhos transformaram os originais”, logo não houve infração de copyright.

Voltando: Prince não alertou nenhuma das pessoas que seguia que estava capturando suas fotos para lucrar com elas, e dada a política do Facebook, o dono do Instagram eu duvido que os donos legítimos possam fazer alguma coisa para impedi-lo de vender as obras ou reclamar direitos autorais.

Só que o site SuicideGirls (aquele das garotas tatuadas), uma das fontes chupinhadas por Prince resolveu sabotar sua campanha: colocaram as mesmas cinco fotos que o artista de meia tigela copiou à venda e no mesmo formato, mas com uma etiqueta de preço de apenas US$ 90. E melhor: toda a renda vai para a Electronic Frontier Foundation.

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Selena Mooney, aka Missy Suicide e co-fundadora do SuicideGirls reconhece que se ela ganhasse um centavo por cada vez que as fotos do site fossem comercializadas sem sua permissão ela seria “capaz de gastar US$ 90 mil em arte”. Ela lembra inclusive que a rede de lojas Forever 21 já vendeu camisetas com as garotas do site estampadas.

Missy ainda faz chacota, numa possível retaliação de Prince por ela ter copiado seu “trabalho”: “temos a mesma permissão dele que ele tinha de nós”. Ouch.

Tudo bem que a internet é terra de ninguém, mas ainda acho muita cara-de-pau um kibador chupar fotos alheias, imprimir um painel e vender como se fosse arte. Aliás não sei quem é pior, ele ou quem paga US$ 90 mil.

Agora, se você quiser embelezar sua parede com fotos de gatinhas tatuadas pagando apenas 0,1% do valor que Prince pediu e ainda ajudar a caridade, é só seguir este link.

Fonte: Missy’s Blog.

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