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Eu sou livre, e você está morto. BANG!

12 anos e meio atrás

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Refugiados nas montagens os insurgentes do Taliban travavam combates diários com as tropas da Coalisão, mas naquele dia os dois guerrilheiros que montavam um ninho de metralhadoras em uma montanha não estavam preocupados. Não havia nenhuma movimentação até onde a vista alcançava, nenhum som de combate trazido pelo vento. Aliás, nem ventava. O clima estava calmo. Calmo demais.

De pé um dos guerrilheiros sentiu uma dor lacinante, curvou-se para a frente ferido de morte, sem nenhum som, quase como se tivesse ofendido mortalmente Allah. Seu companheiro virou ao ouvir o grito de morte, pegou sua AK74 e começou a se virar, apenas para sentir uma dor igualmente terrível e cair. Aquela equipe de metralhadora não mais atingiria soldados aliados.

Eles nunca saberão, mas sua morte foi decidida a 2475 metros dali.Deitado em uma posição camuflada o Sargento Atirador de Elite Craig Harrison e seu observador viram a equipe inimiga. O alcance nominal do rifle L114A3 é inferior a 1500 metros, mas as condições estavam ideais, valia a pena tentar.

 

Anos jogando Medal of Honour e BF1942 fazem a gente acreditar que um sniper apenas encaixa o alvo no centro da mira e puxa o gatilho. É muito mais complicado que isso. É levada em conta a velocidade do vento, a temperatura ambiente, altitude, temperatura, umidade do ar, rotação da Terra, posilão geográfica, hora do dia, densidade do ar e vários outros fatores.

kestrelSnipers aprendem a calcular todos esses fatores, e assim o Sargento Harrison o fez. Com o alvo a 2475 metros, vento cruzado de 2,7 metros por segundo, umidade do ar a 25.9%, 15 graus Celsius de temperatura e densidade do ar de 1.0854 kg/m3 o projétil .338 Lapua (alcance máximo teórico 1600 metros) perderia 93% de sua energia cinética, atingindo o alvo a 255 metros por segundo, com uma queda de 121,39 metros.

Todos esses dados geraram a compensação necessária em altura e ângulo. O Sargento fez seu disparo, reajustou para o segundo alvo, e disparou de novo. Durante os seis segundos que os projéteis levaram até os alvos, eles estavam mortos e não sabiam.

As informações metereológicas não vieram da moça do tempo. São e precisam ser colhidas na hora. Um dos equipamentos preferidos para isso são as estações portáteis Kestrel. Os modelos mais avançados contam inclusive com Bluetooth, mas convenhamos, levar um notebook pra guerra fica meio estranho.

Seus problemas acabaram! (exceto se você for do Taliban, aí eles só começaram) foi lançado para Android o BulletFlight, software que já existia para iPhone mas agora virou multiplataforma.

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Disponível no Android Market, o programa vem em três versões, de R$6,37 a R$47,90, e é o único software usado por snipers no Iraque e Afeganistão. A versão mais cara se integra via bluetooth com estações Kestrel, então ninguém precisa ficar digitando dados atmosféricos para calcular as informações do tiro.

O ganho em termos de agilidade é enorme, mas a habilidade ainda reside no homem por trás do gatilho. Não por muito tempo, a DARPA – Agência de Pesquisas Avançadas das forças armadas dos EUA está desenvolvendo um rifle “point and shoot”, que fará todos os cálculos automaticamente, alinhando o alvo na mira e tornando o tiro de elite tão simples que até um jogador de videogames poderá se tornar sniper.

Fonte: The FIrearms Blog

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