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Como o The Orange Box acabou virando uma coletânea

Completando 10 anos de existência, o The Orange Box foi uma coletânea que desafiou a Valve, mas que provou que uma coletânea com jogos novos poderia dar muito certo.

6 anos atrás

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É engraçado, mas ao contrário do que acontece com o Half-Life 2, eu não tenho recordação do lançamento do The Orange Box. Talvez na época em que a coletânea saiu eu estivesse com a atenção voltada para outro título, mas o fato é que inicialmente ela não teve em mim o impacto que deveria. Mesmo assim, hoje reconheço a importância que aquele pacote de jogos teve, afinal ele trouxe o “último” capítulo da saga estrelada por Gordon Freeman e foi com ele que a Valve deu ao mundo dois dos seus jogos mais adorados, o Team Fortress 2 e o Portal.

Pois acredite, esta semana completou 10 anos do lançamento daquela fantástica caixa laranja e para comemorar, o site Rock, Paper, Shotgun conversou com Robin Walker, cocriador da série Team Fortress e que contou como a Valve acabou optando por lançar tantos jogos juntos.

O TF2 não tinha componente single-player e o Episode Two não tinha multiplayer. O Portal parecia uma criatura inteiramente nova, uma que nos desafiava a descobrir como convencer os jogadores a comprar uma comédia embrulhada dentro de um jogo de quebra-cabeça em primeira pessoa. Nenhum deles parecia um título pelo qual poderíamos cobrar o preço cheio e a nossa experiência com o Episode One nos ensinou que os varejistas tiveram dificuldade em vender uma caixa por preço baixo contendo um novo jogo de alta qualidade. Com cada um desses problemas ajudados pela existência dos outros dois jogos [Half-Life 2 e o Episode One] na mesma caixa, parecia ser uma coisa que valeria tentar.

Walker também disse que outro detalhe que os ajudou a tomar esta decisão foi o fato dos três novos jogos terem ficados prontos praticamente na mesma época. No entanto, eles teriam que lidar com uma ideia preconcebida de que bundles disponíveis nas lojas físicas normalmente só traziam títulos antigos ou de baixa qualidade.

Mesmo assim a Valve decidiu arriscar e como eles não poderiam usar o nome de apenas um dos jogos, optaram por chamar a coletânea de The Orange Box, numa alusão a cor predominante na caixa do primeiro Half-Life e na roupa do protagonista.

Se você entende inglês, todo o artigo vale a leitura, onde o entrevistado fala ainda sobre a dificuldade em criar um comercial para TV para divulgar os jogos, em como algumas distribuidoras achavam que o Portal seria um jogo voltado apenas para mulheres ou como a Valve seguiu acreditando que obras tão diferentes uma das outras conseguiriam satisfazer todos os desejos dos jogadores.

Pensando bem, fica a sensação de que o The Orange Box foi uma junção de coincidências e competência que deu muito certo, e com a popularização da distribuição digital, talvez nem exista mais a necessidade de tanto esforço por parte de uma desenvolvedora.


MentalVideoGameAddic — The Orange Box Commercial (HD/HQ)

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