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EUA passará a solicitar dados de redes sociais para emitir vistos

A Guerra ao Terror continua: o Departamento de Segurança dos EUA passará a analisar redes sociais daqueles que pedirem vistos e autorizações para viagens.

7 anos atrás

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Ao contrário do prometido anteriormente pelo presidente Barack Obama, viajar para os EUA mesmo para passear vai ficar ainda mais difícil para algumas pessoas, principalmente para quem fala o que quer na internet: o Departamento de Segurança Interna aprovou uma nova proposta que autoriza os órgãos de imigração norte-americanos a analisar a presença online de todos aqueles interessados em tirar visto para entrar no país.

A ideia é acrescentar um novo campo de entrada de dados no formulário de solicitação de visto e/ou autorização para viagens a quem precisa, em que o solicitante deverá fornecer os links de suas páginas sociais na internet. Embora tenha sido sinalizada como “opcional”, a gente sabe o quão chatos de galocha os agentes de imigração são com qualquer vírgula colocada fora de lugar ou uma gaguejada durante a entrevista. Logo, quem não adicionar suas redes sociais (considerando que o mesmo possua presença online) ou omitir alguma entrada relevante só estará dando um excelente motivo para seu pedido de visto ser sumariamente rejeitado.

E como podem notar abaixo, o Departamento de Segurança dos EUA deseja cobrir todas as pontas possíveis.

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Proposta para o campo de entrada de dados das redes sociais

A proposta visa obviamente identificar potenciais terroristas tentando entrar em solo norte-americano (na verdade é a oficialização de algo que já fazem por baixo dos panos) e não deve afetar cidadãos de países que não necessitam do visto, mas independente disso a novidade foi muito mal recebida por uma série de organizações de defesa à liberdade, direitos civis e privacidade. A American Civil Liberty Union já declarou com todas as letras que o processo vai aumentar a inda mais a discriminação voltada a comunidades árabes e muçulmanos (jura?), e mesmo pessoas com nomes e sobrenomes relacionados (o que não faz muita diferença nesse caso).

Por outro lado, há a preocupação legítima de que tendo posse dos endereços, o que pode ser entendido como uma autorização de escrutínio o governos dos EUA passe não só a fuçar nos conteúdos livres como tenha poder de exigir acesso a conteúdo bloqueado (perfis trancados) junto às redes sociais, além de coletar mensagens e contatos dos candidatos.

Não é essa a primeira vez que o governo dos EUA tenta forçar a barra. A CISA, uma lei de cibersegurança que não seria mais do que uma backdoor enfrentou resistência de empresas como Apple, Dropbox, Google e várias outras. O desejo do FBI de ter acesso livre ao iOS e Android foi outra ação duramente criticada, principalmente pelas autoridades ignorarem o princípio de presunção de inocência. Da mesma forma, a Regra 41 que recentemente entrou em vigor dá plenos poderes ao Bureau para invadir qualquer dispositivo conectado cujo IP seja desconhecido.

De qualquer forma, quem adora meter o pau nos EUA mas vai todo ano fazer compras em Miami deve estar adorando essa nova medida. Thanks, Obama.

Fonte: Politico.

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