Carlos Cardoso 11 anos atrás
Em período de guerra a tecnologia militar avança a passos largos. As bombas de penetração anti-bunker usadas na 1a Guerra do Golfo foram projetadas, testadas e desenvolvidas em poucos meses. A própria bomba atômica só havia sido testada uma vez, antes de seu uso no Japão.
Já em tempos de paz não há nada mais conservador e lento que mentalidade militar, qualquer alteração de rotina e procedimentos leva anos, aviões, décadas para sair do papel. O que acaba acontecendo é que soldados resolvem seus problemas por conta própria.
Muito antes dos GPSs estarem homologados para uso em aeronaves militares a maioria dos pilotos já tinha comprado seu Garmin de estimação e colado com velcro no painel do avião. Mesmo hoje alguns ainda preferem o equipamento civil, pois é bem mais bonito funcional e informativo que as versões militares, que usam interfaces de 10 anos atrás.
No caso dos tablets o uso não-autorizado surgiu nos helicópteros de ataque, onde o sujeito tem que se virar com um monte de mapas dobrados. Se você imagina a situação ridícula, piore imaginando que ele pode estar sob fogo.
Vários pilotos no Afeganistão violavam regras, salvavam mapas em seus iPads e levavam nas missões. Agora a Força Aérea cansou de fingir que não via, percebeu que a aviação civil já faz uso pesado do iPad e decidiram que podem economizar uma boa grana em combustível trocando quilos de mapas por tablets.
Curioso é que o Edital fala de iPads “ou equivalentes”. Deixam claro que não querem remanufaturados nem nada do “mercado cinza”. Acho justo, ir pra guerra com um xing-ling deve ser complicado.
Há gente preocupada, pois os iPads não são certificados para resistir a interferência eletrônica em nível militar, mas já são tão usados não-oficialmente que se isso fosse um problema, já seria um problema.
Ou então é tudo um disfarce para usar essa grana financiando as pesquisas com aliens.
Fonte: LAT